José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM
Plano Safra 2017/2018 já tem suas previsões: o que estamos plantando agora é menor do que a última safra colhida.
Colhemos cerca de 240 milhões de toneladas de grãos por safra e agora a previsão do Ministério da Agricultura é termos algo em torno de 223 à 227 milhões de toneladas. Isso quer dizer, nesse caso, uma redução que pode ser de algo em torno de 15 milhões de toneladas de grãos.
Qual a razão? O clima. O tempo foi o grande ajudante da safra passada, e neste ano já sofremos com os fatores climáticos que atrasou plantios que comprometeram a produtividade.
Ao analisarmos os dados internacionais de oferta e demanda de grãos observamos uma perspectiva de normalidade, ou seja, a não ser que ocorram fenômenos climáticos ou conflitos inesperados em países produtores e consumidores, teríamos calmaria nas relações entre compradores e vendedores.
Isso significa menor renda no campo? Por um ângulo sim, mas é cedo demais para tomar esse cenário como certo. Os fatores climáticos irão interferir, os preços também, e nem só do mundo dos grãos vive o agro.
Teremos carnes com desempenho mais positivo neste ano devido a menor pressão nos custos, além de iniciativas fortes de vendas, principalmente do setor de aves e suínos. Estes últimos com um forte trabalho de marketing no mercado interno conduzido pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos – ABCS. No mês passado a produção de frangos cresceu 18%.
Temos ainda uma grande importância na dimensão do agro brasileiro e da renda no campo de todo setor de hortifruticultura, onde, por exemplo, a maçã neste ano teve uma farta colheita e abundância do produto.
Teremos para o próximo ano – assim espero – o RenovaBio, que pode dar uma gigantesca incrementada no etanol de cana e milho, além de puxar a performance do agronegócio em 2018.
Não sabemos ainda se a safra de grãos, arroz e feijão, será tão menor assim... São só expectativas, mas temos todas as carnes, o café, açúcar, etanol, a hortifruticultura, papel e celulose.
Em minha opinião, o movimento econômico do agro na próxima safra não será menor do que na safra anterior, pois teremos compensações.