João Carlos Pimentel, diretor da Operação de Caminhões da Ford, é presidente do Congresso SAE Brasil 2017
Quando somos questionados sobre o olhar da engenharia quanto à mobilidade inteligente no Brasil a primeira pergunta que surge é: - Estamos acompanhando as tendências globais? Minha resposta é sim. O brasileiro tem especial aptidão em adotar tecnologias novas, e muito rapidamente.
Entretanto, há outras questões cujas respostas ainda desafiam a nós engenheiros. De que forma a infraestrutura brasileira será criada para que a sociedade usufrua dessa tecnologia? O que de fato as pessoas podem esperar de tais avanços? Quais serão os próximos passos da transição para o futuro da mobilidade? Que possibilidades esse futuro pode reservar para a engenharia local?
Uma coisa é certa. A engenharia do Brasil dará suporte e ajudará essa infraestrutura a ser instalada para que possamos acompanhar as tendências mundiais e atender a todas as necessidades da mobilidade local.
O Brasil será vanguarda da mobilidade, no que toca, por exemplo, ao veículo autônomo? Creio que não. Adotaremos as tecnologias disponíveis lá de fora para definir o melhor modelo de infraestrutura que seremos capazes de implantar como engenharia local.
É muito possível que a tecnologia seja a mesma no produto, mas cada continente fará suas adequações no que diz respeito à infra. Europa e Estados Unidos certamente terão estruturas diferentes, até pela simples razão de que, além das necessidades e preferências de usuários, os negócios das empresas serão afetados pela nova mobilidade em seus diversos modais.
Dentro do tema que é a mobilidade e transição para o futuro, o Congresso SAE BRASIL 2017 se lança a esse debate elevando-o ao nível das estratégias das principais empresas dos setores automobilístico, aeroespacial e ferroviário.
Além da perspectiva sobre como essa mobilidade será transacionada e pode ser concretizada em cada um desses modais, os principais executivos e tomadores de decisão dessas empresas levarão aos painéis a visão deste novo ciclo de negócios sob a influência de tantas mudanças, algumas em curso e outras no horizonte de médio e longo prazo.
Está aí o que reputo como a importância deste congresso de engenharia. Trazer informação de qualidade para conectar mais profissionais às novas tendências globais desenhadas pelas corporações multinacionais criadoras de tecnologia, em resposta às novas demandas. Acredito que isso possa ajudar, e muito, na tarefa de acharmos o melhor modelo para o nosso mercado.
A mobilidade inteligente e a transição para o futuro, tema título do Congresso SAE BRASIL 2017, é um convite a uma imersão. Estamos no limiar de transformações que superam o produto. Trata-se de uma revolução na maneira com que sempre fizemos as coisas, cujos desafios não se restringem apenas à engenharia, mas também os gestores das cidades, do trânsito e de tudo o que o envolve.
Esse é o foco a ser tratado no Congresso SAE BRASIL, que tenho a honra de presidir este ano. Com os debates que teremos neste evento pretendemos levantar questões de suma importância para uma nova realidade, que precisa ser compreendida por todos os agentes em toda sua amplitude.
Escolheremos os veículos pelos sistemas, serviços e features eletrônicos oferecidos? Permanecerão como propriedade ou como serviço? Quero provocar vocês a participarem dessa discussão no Congresso SAE BRASIL 2017. Será uma oportunidade sem igual para adquirir conhecimento, descobrir o que está por vir no âmbito industrial e da engenharia, e fazer networking internacional.