José Luiz Tejon Megido, conselheiro fiscal do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e do Núcleo de Agronegócio da ESPM
A cidade de São Paulo tem agora um projeto de lei para a erradicação da fome e de promoção da função social dos alimentos. Esse projeto segue fundamentado em uma sociedade fraterna, justa e solidária com o cumprimento da função social dos alimentos.
O responsável pelo projeto é do Partido Verde – PV, o vereador Gilberto Natalini com o projeto de lei n° 01-00550/2016. Para mais informações, acesse: "http://documentacao.camara.sp.gov.br/iah/fulltext/projeto/PL0550-2016.pdf”.
Dentre as diversas regulamentações, o projeto da lei para erradicação da fome e promoção da função social dos alimentos envolve e sugere planos de ação, como a conscientização para todos os agentes da sociedade com incentivos e fomento à realização de estudos; gerenciamento de alimentos, melhores práticas, capacitação dos envolvidos e ainda linhas de crédito especiais para esse fim em como incentivos fiscais.
A erradicação da fome, sem dúvida, representa um ato da solidariedade humana fundamental num planeta que cresce a cada quatro novos nascimentos por segundo.
Temos no país e no mundo hoje um problema imenso que significa a má educação para a nutrição humana, o que vai representar, por outro lado, para todos os estudantes nutricionistas, oportunidades imensas num futuro bem próximo.
A saúde do futuro estará cada vez mais relacionada a qualidade nutricional dos alimentos, e isso hoje representa uma dieta inteligente das misturas dos alimentos, mas nada continua sendo mais saudável à noite do que uma boa sopa e um copo de leite morno antes de deitar... coisas velhíssimas e antigas, mas que nos esquecemos da não transferência dos saberes dos nossos avós.
Erradicar a fome é sem dúvida um ato nobre, mas ao mesmo tempo, precisamos erradicar a ignorância sobre os alimentos e também explodir os mitos sobre a alimentação, trazendo fatos e conhecimentos a esse respeito.
Este projeto de lei contempla muito mais do que dar comida e incita as capacitações e meios de produção.
A produção local de alimentos precisa aumentar, a agricultura vertical em cidades como São Paulo ser desenvolvida, e um novo regulamento que separe as exigências de agroindústrias nacionais ou globais, dos micros agroindustriais que processam seus produtos artesanais dentro de procedimentos de segurança, sem dúvida, mas distintos de uma grande corporação.
Essa desregulamentação ou nova legislação será fundamental para o estímulo de microempreendedores com produtos alimentícios de qualidade, fazendo isso dentro da cidade grande ou em cidades próximas vizinhas, criando um mercado nutricional e ao mesmo tempo.
Para acabar de verdade com a fome precisamos criar empreendedores, e será por meio do trabalho empreendedor que o acesso a renda e a inclusão no mundo dos negócios irá tirar pessoas da faixa dos famintos mundiais na ordem de 800 milhões no planeta.
No Brasil não se passa fome, se passa deseducação alimentar nutricional. Assunto pra educar e estimular microempreendedores com cooperativas e carreiras para os nutricionistas do futuro.
Agrossociedade: um mundo sem fome e bem educado para a nutrição.