Mário Lanznaster, presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos e vice-presidente para o agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc)
O município de Chapecó chega ao seu centenário ostentando vários títulos, mas, talvez, Capital da Agroindústria Brasileira seja o mais apropriado. Fatores históricos e conjunturais concorrem para isso. Foi na região do grande oeste catarinense, polarizada em Chapecó, que surgiu o moderno sistema de produção integrada entre criadores de aves e suínos e as indústrias de processamento de carne. Outro indicador é o fato de deter o maior e mais avançado parque agroindustrial do segmento de carnes do País.
Nessa área, várias características celebrizaram Chapecó no Brasil e no Mundo. Chapecó detém algumas das maiores agroindústrias do País e tornou-se o maior centro mundial em produção de proteína animal. Transformou-se em paradigma de importantes centros de pesquisa científica nas áreas ligadas ao complexo agrícola e bromatológico.
Essa condição de polo é mantida pelo vanguardismo de nossa cadeia produtiva. A prioridade que as indústrias conferem para a qualidade ensejou uma série de parcerias com centros de ensino e pesquisa, Universidades, sistema “S” e organismos governamentais, de forma que nos tornamos geradores de tendências no mercado brasileiro.
Se considerarmos a região do “Velho Chapecó” e não apenas a base territorial do atual município, estaremos falando do oeste catarinense. Nessa região se concentra a maior produção de produtos industrializados de suínos e de aves do planeta. Nossos produtos são conhecidos em todo o mundo. O Oriente Médio, por exemplo, compra frango do oeste catarinense há mais de 40 anos. Somos referência em produção, produtividade, sanidade e qualidade. Aqui, produtor rural, indústrias e governo mantêm uma extraordinária relação de cooperação que dá suporte e garante o desenvolvimento econômico do País.
Chapecó, testemunho dinâmico da capacidade empreendedora de sua gente. Quando criado, em 1917, o município constituía-se de um vasto território de 14.000 quilômetros quadrados e seus limites coincidiam com a divisa internacional Brasil/Argentina e com as divisas interestaduais Santa Catarina/Paraná e Santa Catarina/Rio Grande do Sul.
Na condição de centro regional, Chapecó é emoldurado por uma vasta região de estrutura agrária minifundista, fundada na intensa utilização de mão de obra familiar, característica marcante no processo de desbravamento do oeste. Só a perseverança e a tenacidade do colonizador permitiram transformar essa natureza hostil em paradigma internacional de trabalho, seja na produção de carnes, de cereais, de frutas e hortigranjeiros.
A maior riqueza de Chapecó, porém, é seu povo. Uma gente alegre, amante da paz e do trabalho, otimista com o presente, confiante no futuro, temperada nos mais caros valores humanos. Estimulamos as futuras gerações para enfrentar os próximos 100 anos com seriedade, ética e honestidade nas relações comerciais; respeito às leis e códigos de conduta, visão de futuro e comprometimento com as questões de interesse da coletividade. Nosso desiderato é continuar crescendo com aporte cada vez maior de tecnologia para tornar todas as atividades humanas (e suas cadeias produtivas) cada vez mais sustentáveis e eficientes.