Dora Ramos é orientadora financeira com formação em coaching e diretora da Fharos Contabilidade & Gestão Empresarial
Só quem já passou por complicações financeiras sabe o quanto a preocupação com as dívidas pode nos deixar apreensivos. Isso é natural, já que as finanças representam uma parte importante de nossas vidas. Se elas não andam bem, o nosso bem-estar também acaba comprometido.
Para evitar que isso aconteça, repensar os hábitos de consumo é fundamental e exige muito controle e determinação. Todos os dias nos deparamos com “promoções” que falam com o nosso emocional, e, inconscientemente, somos estimulados a comprar sem necessidade.
Em junho, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) divulgou os resultados da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic): 24% das famílias brasileiras têm contas em atraso.
Divulgados em maio, os números da Serasa, por sua vez, são ainda mais preocupantes: mais de 60 milhões de brasileiros estão com o nome sujo e, juntos, acumulam uma dívida de R$ 274 bilhões.
A origem do endividamento no país é, também, cultural. Quando se trata de finanças, o brasileiro costuma “apagar incêndios” – ou seja, não se prepara para os imprevistos e, quando eles vêm, trazem desordem e aflição.
Modificar a postura e a maneira de enxergar o dinheiro é uma medida tão importante quanto complexa. Começar a fazer reservas e mudar os hábitos de consumo nem sempre são tarefas simples. Muitas vezes, é necessário fazer transformações no estilo de vida, abrir mão de luxos antigos e se dispor a sair da zona de conforto. Inicialmente, essas medidas podem parecer duras e até gerar alguns desentendimentos, mas se fazem necessárias para que o seu estilo de vida seja adaptado à sua renda. Tudo em busca de um bem ainda mais valioso: a sua tranquilidade.