Domingo, 24 Novembro 2024

João Guilherme Vargas Netto, analista político e consultor sindical

É um número impressionante: 485.908 candidatos a prefeitos, vice-prefeitos e vereadores em todos os 5.570 municípios brasileiros (com exceção do Distrito Federal e de Fernando de Noronha). Esta avalanche de candidatos confirma a participação democrática maciça do povo brasileiro que quer votar, mas também quer ser votado nas eleições municipais.

O número de candidatos representa 3% do total de filiados aos 35 partidos que disputam as eleições em 2 de outubro. A partir de seus resultados poderão ocorrer ainda as eleições em segundo turno em 92 cidades com mais de 200 mil eleitores. Em quase metade dos municípios, principalmente os menores, disputam apenas dois candidatos a prefeito mas, em geral, as alternativas são bem maiores; só em 99 cidades há um candidato a prefeito, mas em Campo Grande, por exemplo, há 15 deles.

Segundo as estatísticas e classificações dos tribunais eleitorais o maior contingente de candidatos é formado de agricultores, seguido por servidores públicos municipais, comerciantes, empresários, vereadores que buscam a reeleição e donas de casa. Não aparecem, nos números dos tribunais, dirigentes sindicais especificados.

Submetidos às regras novas de duração, de financiamento e de campanha, estas eleições são atípicas, também pela conjuntura de crise em que se realizam mas, de acordo com uma regra empírica, seus resultados determinarão a composição dos Legislativos a serem eleitos em 2018.

O movimento sindical tem dificuldade em participar nas eleições porque elas são partidárias e a Constituição proíbe a partidarização no sindicato. No entanto, várias entidades conseguem apresentar candidatos da categoria e apoiam outros aliados, com resultados, diga-se a bem da verdade, que deixam a desejar.

Quero destacar, aqui em São Paulo, a experiência de dois sindicatos que têm conseguido com atividades inteligentes participar do processo eleitoral interagindo com os postulantes e candidatos e apresentando a eles suas propostas. O sindicato dos Engenheiros (cuja sede é o local contratado por várias candidaturas para a realização de eventos) organizou uma série de cafés da manhã com todos os eventuais pré-candidatos sem nenhuma discriminação e pretende agora receber os candidatos. O Sinesp – sindicato municipal dos diretores de escolas públicas – em seu 20º Congresso da categoria recebeu para apresentações sucessivas os mais destacados candidatos à prefeitura de São Paulo.

Ambos assim o puderam fazer porque consolidaram ao longo dos anos a estratégia de politizar sem partidarizar.

 

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