Luciana Rezende Abram é e em Administração e Marketing pela FAAP; Graduada em Engenharia pela NUnifeb e consultora de Franchising na Franquear Consultoria
Produção e produtividade, faturamento e lucratividade, para alguns parece a mesma coisa, mas é o que faz toda a diferença.
Vamos ao ambulatório e observamos um médico que em uma hora faz seis diagnósticos e outro que na mesma hora fez dois. Uma empresa que fatura em um mês R$ 2 milhões e a concorrente, que fatura R$ 3 milhões.
Resultados soltos não querem dizer absolutamente nada. Nem sempre produzir muito significa ser produtivo.
Se um time de basquete bate recorde de pontos no campeonato e fica em 2º lugar, estes pontos só significaram que eles sabem fazer cestas. É o famoso “nadar e morrer na praia”. Se o médico que atendeu seis pessoas errou em três diagnósticos, ele não foi produtivo.
Se a empresa que fatura R$ 2 milhões tem despesas de R$ 1,1 milhão, enquanto a empresa que fatura R$ 3 milhões tem despesas de 2,1 milhões. Em qual se ganhou mais dinheiro? Em qual houve mais produtividade?
Estamos assistindo um espetáculo do globo da morte onde bons motociclistas arriscam suas vidas, gastam quantidades absurdas de peças e combustível, fazem um barulho danado e não saem do lugar, quem vê de fora fica maravilhado, mas, quem está fazendo o espetáculo se benze a cada dia na esperança que o pior não aconteça.
Há alguns meses, em um encontro de microempresários, ouvi de um “dono de empresa” que estava muito orgulhoso, pois sua companhia havia batido o recorde de vendas, desbancando assim seu maior concorrente, que também ouvia sorrindo a conversa. Este mês o feliz ouvinte abriu sua segunda unidade, já o “dono da empresa” recordista em venda, fechou.
Sua empresa é muito mais do que um resultado puro, é fruto da razão entre o que se gasta em relação ao que se ganha e, caso nesta conta não sobre ou falte recurso, você já era.
Em tempos onde o consumo está mais consciente, ou seja, os volumes de compras diminuíram, apresentar melhores resultados por meio da redução dos custos e despesas passou a ser ponto fundamental.
Se seu faturamento não for suficiente para repor a mercadoria vendida e cumprir com todas as suas despesas e obrigações, você está se enganando. Você está morrendo. Como diria o ditado popular, nem tudo que reluz é ouro, nem tudo que balança cai.
Esteja atento. Ouvir da sua equipe de vendas que este mês vocês faturaram 15% a mais em relação ao mesmo período do ano ou mês anterior, sem observar o mercado e verificar que este cresceu 20%, ou que a margem de contribuição das suas vendas diminuiu em 5%, pode não ser um bom sinal.
Conheça seu mercado, conheça suas despesas, conheça seus custos e calcule sua produtividade. Só com ela você poderá constatar sua real efetividade, muitos falam em input (entradas dos processos produtivos) e output (saídas dos processos produtivos), chame da forma que quiser, mas conheça o resultado desta relação e comemore resultados sadios. Não se engane. Conheça seus processos, suas perdas, seus gargalos, seus desperdícios. Seja produtivo. Produza mais com menos.
Pequenas melhorias trazem grandes resultados. Este é o princípio da melhoria contínua. Tudo que já está bom pode ser melhorado e ficar excelente. Dizer para a equipe de produção, seja colaboradores de uma fábrica ou vendedores de varejo, que ontem eles foram muito bons, mas que hoje eles podem ser melhores, mostrar o resultado alcançado ontem e afirmar que hoje podem ser melhores, faz toda a diferença.
Acredite, ser produtivo é algo contagiante, motivador. O nadador não bate seu próprio recorde porque a cada recorde batido ele aumenta o valor do patrocínio, o ganhar mais é consequência. Ele bate o próprio recorde porque o desafio em ser melhor a cada dia é dele com ele mesmo, a superação nos torna seres humano melhores. Nossa produtividade é o que nos dá força.