"Talento (genialidade) é 1% inspiração e 99% transpiração”.
[Thomas Edison]
“Res non verba”
[Ditado latino: ação, obras, fatos... e não palavras]
O foco principal era a celebração do jubileu de prata da “Fundação Estudar”. Trata-se de entidade sem fins lucrativos, criada pelos empresários Jorge Paulo Lemann e seus sócios para financiar jovens talentos a estudar no exterior. Este ano foram recebidas mais de 60 mil inscrições para suas disputadas bolsas de graduação e pós-graduação.
OBS: há uma outra entidade dedicada ao ensino básico.
A Fundação é um tipo de “Ciência sem Fronteiras” privada; desenvolvida ao longo do último quarto de século. É o testemunho, prático, da convicção do poder transformador da educação, e uma aposta na qualificação profissional como instrumento imprescindível para que o Brasil mude de patamar no concerto nas nações.
Isso já seria suficiente para se engrossar o coro de congratulações!
Todavia, em meio a tantas entrevistas (01, 02, 03) e palestras, uma declaração acabou ficando em segundo plano: Lemann, o homem mais rico do Brasil (19º do mundo), definiu-se “apenas” como um sonhador. E, talvez reverberando Thomas Edison, atribui seu sucesso ao fato de ter se acercado de bons executores. Ou seja: de gente que sabe como fazer; e faz!
Para além da surpreendente modéstia (aparentemente sincera, pois ele disserta, consistentemente, sobre o tema!), há uma visão que mereceria profunda reflexão e pode ser de grande utilidade ao Brasil desses dias; quando buscamos caminhos para sair do mega-imbróglio em que estamos metidos. E, isso, tanto para o setor privado como, e principalmente, para os setores públicos.
Essa lição, parte de um “case” de inquestionável sucesso, poderia ser desdobrada em pelo menos 4 outras – mais específicas:
1) Planos devem incluir tanto o “o que” como o “como”: limitá-los a dados, diagnósticos, ideias ou intenções é fadar os planos ao amarelar de prateleiras e gavetas. O “como” deve envolver, ao menos, os recursos necessários e a governança. Quanto dinheiro temos gasto com planos mancos... principalmente no setor público?
2) Tão importante como o plano é o planejar! Grandes projetos, mesmo privados, envolvem inúmeros atores “stakeholders”. Públicos, então... Por isso, na quadra atual, planejamento precisa ter muito mais a característica de um pacto.
3) Não foi explicitado. Mas é certo que os processos decisórios, para tanto, precisam ser menos complicados, com responsabilidades bem definidas e mais previsíveis.
4) Por fim, a lição mais direta: meios e fins, produção e controle, execução e concepção devem, no mínimo, se equivaler (sob diversos aspectos!) nos processos decisórios e de gestão. Bons executores, ensina Lemann, é essencial para o sucesso.
Aliás, criar, empreender só com palavras (“fiat lux”) é atributo divino!