Domingo, 24 Novembro 2024

Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC)

Sem muito espaço para crescer, exceto se for em direção ao mar com a construção de plataformas offshore, o porto de Santos, para continuar competitivo e garantir a posição de principal hub port (concentrador de cargas) do País e da América Latina, precisa continuar investindo não só na aquisição de equipamentos modernos como na ampliação e aperfeiçoamento de sua infraestrutura logística, interna e externamente. Isso significa estar preparado para receber supercargueiros de contêineres e aumentar os números de sua movimentação, o que dependerá obviamente de maiores facilidades de fluxo para o transporte por rodovia, ferrovia, hidrovia e cabotagem.

De imediato, parece claro que o porto necessita de novo acesso à margem direita, na entrada da cidade, que hoje apresenta infraestrutura viária deficiente e arcaica, como ficou demonstrado há um ano, à época do incêndio nos tanques do terminal da Ultracargo, no Polo Industrial da Alemoa. Como se sabe, com o incêndio, o acesso de caminhões à entrada da cidade e ao local ficou bloqueado por vários dias, ocasionando sensíveis prejuízos às empresas que atuam no porto. Segundo contrato firmado pela Prefeitura santista, a empreiteira concluirá as obras da primeira etapa das intervenções previstas para a entrada de Santos (pela via Anchieta) até o dia 13 de maio de 2018.

Também seria fundamental que a União concordasse com a ocupação da área continental do município, especialmente com a transferência para a outra margem dos terminais que operam granéis sólidos de origem vegetal no Corredor de Exportação, na Ponta da Praia. Isso evitaria que os moradores das vizinhanças viessem a sofrer as consequências da emissão de partículas e do odor que resultam da armazenagem e da movimentação de grãos e farelo nos terminais, além da poluição sonora e da ameaça de algum surto epidêmico em função da sujeira provocada por caminhões que costumam derramar resíduos que atraem roedores, pombos e insetos transmissores de doenças.

Em Guarujá, a margem esquerda do complexo portuário, favorecida com a construção da primeira etapa da Avenida Perimetral, aguarda a complementação da segunda fase dessa via, que ligará o porto diretamente à rodovia Domenico Rangoni e ao complexo Anchieta-Imigrantes, além da construção de um pátio regulador de veículos pesados.

Já Cubatão espera da Secretaria de Portos (SEP) a aprovação do projeto do Centro de Apoio Logístico e Portuário (Calp), que será fundamental para o reordenamento de cargas. A Prefeitura local reivindica também a construção de uma via expressa que una as duas margens do complexo, a chamada Via Arterial Porto-Indústria, que impedirá que o trânsito interno no município seja afetado pelo tráfego em direção ao porto, especialmente em épocas de intensa movimentação de cargas.
Se todas essas obras saíssem logo dos computadores, com certeza, o futuro do Porto de Santos seria mais promissor.

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