Sexta, 19 Abril 2024

Por Alfredo MR Lopes, filósofo e ensaísta, consultor do Centro da Indústria do Estado do Amazonas - CIEAM

Antes tarde do que nunca o governo estadual se rende às obviedades e imperativos da criação das Novas Matrizes Econômicas, negócios coerentes com a vocação regional de geração de riqueza. O olhar estrangeiro arregalou sua cobiça ao desembarcar no Novo Mundo diante da biodiversidade e da geodiversidade que brotam da floresta. Foi sempre assim, desde a procura frenética pelas "ervas do sertão" que fizeram da Amazônia o Eldorado Verde. A borracha, a castanha, as resinas, óleos essenciais e fibras vegetais - com destaque para o fator humano mais produtivo do planeta - a riqueza da Hileia é essencialmente florestal e a evolução biomolecular guarda o segredo da perenidade vital. A guinada estratégica se deve não à queda de arrecadação estadual des de agosto, mas, sobretudo à percepção da indiferença federal com o modelo Zona Franca de Manaus. Acaso ou necessidade de movimentação? Os gestores da agonia recessiva gostariam de incluir a Zona Franca no desesperado ajuste fiscal. Apesar do otimismo avestruz de alguns atores que se contrapõe ao derrotismo crônico dos céticos, a ordem da tribo é ocupar os primeiros lugares, nos próximos três a quatro anos, na aquicultura nacional. Um bom começo é sempre fator de contaminação positiva. Hoje, a arrecadação gerada pela criação de peixes em cativeiro é semelhante à do açaí, onde é incipiente a industrialização. Não chega a R$ 100 milhões. 

O Amazonas, apesar de ser o primeiro do ranking em consumo de peixe, é apenas o 12º produtor, de acordo com o IBGE. A dificuldade logística, o preço da ração e a grande oferta de peixes na natureza são nossas desculpas, confirmadas nos dados oficiais.  A maior delas tem sido a dependência e acomodação do modelo ZFM, há 14 meses em queda nos indicadores de produção industrial. Daí a pressa. No Tambaqui, espécie mais produzida no Estado, o Amazonas figura em quarto lugar. Somos o maior produtor extrativo de Tucunaré, Tambaqui, Pirapitinga, Surubim, Tucunaré, Pescada, Jaraqui, Pacu e Piau, com desperdício na safra de seis a oito toneladas por ano, sinal do descaso crônico com o setor, contra 15 mil produzidas, 3,8% da produção nacional, o que rendeu R$ 98,8 milhões ao Estado, em 2013, 4,9% do valor total nacional. O pesquisador Efrem Ferreira, autoridade no assunto, insiste na tecla do ordenamento da pesca artesanal, para combater o desperdício e distribuir benefício à população de baixa renda. No Estado, 53 municípios fazem aquicultura sem maiores aportes de inovação. Na Região Norte, o Amazonas aparece em terceiro lugar, atrás de Roraima, com 16,1 mil toneladas e Rondônia com 25,1 mil toneladas. Não há registro significativo da criação de Pirarucu nem Tucunaré em cativeiro. Este é o cenário recente.

Apostar em inovação, revisão fiscal e fomento são alguns dos instrumentos imediatos para as respostas rápidas de que a economia precisa. Identificar gargalos significa mobilizar a academia, os órgãos de extensão rural e os de fomento, além de empreendedores pioneiros que fizeram da ousadia o insumo de sua obstinação. O debate - que pretende juntar academia e economia - implica em entender a métrica real e a ideal, planejada nos laboratórios de pesquisas e de ideias, aquelas que deram certo e as outras que padecem de lapidação, para definir onde podemos chegar para fazer da deliciosa economia pesqueira, testada e temperada com o irresistível Murupi da inovação, o pirão delicioso da mudança, de paradigmas e atitudes, na direção de uma nova uto pia, um convite para desencadear a transformação. 

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