Empresário, advogado e vice-presidente da Aerbras - Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil
A expansão da internet, que cresce em ritmo exponencial, tem desafiado empresas, governos e entidades de regulamentação na proteção contra crimes cibernéticos. Muitos são os desafios da rede, que até então tem crescido num ambiente de grande informalidade. Discussões em âmbito mundial sobre neutralidade, espectro radioelétrico e cybersecurity tendem a permanecer definitivamente na agenda dos players do mercado.
Em verdade, tais debates acirraram o desenvolvimento da internet das coisas, na qual eletrodomésticos, veículos automotores, gadgets e muitos outros dispositivos poderão se comunicar via internet, aumentando drasticamente a quantidade de endereços e transações na rede.
Tal incremento na demanda - como as aplicações bastante sofisticadas dos carros que são autoguiados e geladeiras capazes de fazer compras em supermercados virtuais, somam-se às transações existentes, tais como as bancárias, de acesso a conteúdos multimídias, dentre outras.
Para atender a demanda de usuários no acesso de arquivos em qualquer parte ou hora, serviços de clouding computing (computação em nuvem), tem crescido não somente no ambiente doméstico, mas também no ambiente corporativo.
Com o intuito de formar uma aliança mundial de combate aos hackers desde 2010, a UIT - União Internacional de Telecomunicações, tem promovido fóruns para debates políticos e ações conjuntas - além de articular em todos os continentes as ações de treinamento de boas práticas no combate aos hackers - envolvendo os fabricantes de hardwares e softwares, academia e governos.
O trabalho de incremento em políticas de segurança na web é multidisciplinar e, portanto, ocorre em várias frentes. Na área técnica, pode ser reforçada com softwares específicos e conscientização dos usuários sobre ações que devem ser evitadas. Na web e na área jurídica, podem ser combatidos com regulamentação específica e criação de agências privadas de segurança como a IMPACT - International Multilateral Partnership Against Cyber Threats, que trabalhará em conjunto com agências públicas, como a Interpol.
Também faz parte também da Agenda de Segurança na Internet da UIT, a promoção de mecanismos jurídicos que permitam processar hackers em um número cada vez maior de países, haja vista que em muitos países não tem tipificação legal para os cybercrimes. Dentre os programas específicos, merece destaque o Programa de Proteção às Crianças, desenvolvido em parceria com as Nações Unidas com o fito de promover um ambiente mais seguro.