Sábado, 20 Abril 2024

Engenheiro (Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP), é vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo São Martinho, vice-presidente da FIESP e coordenador do Comitê de Mudanças Climáticas da entidade

Para reduzir o aquecimento global, cada país teria de fazer investimentos equivalentes a apenas 0,06% de seu PIB. É muito pouco, em especial se considerarmos a gravidade das mudanças climáticas e suas consequências. Todo o mundo será afetado, em especial as nações mais pobres, e poderá haver graves riscos à segurança alimentar, além do surgimento de novos bolsões de miséria.

Os alertas, incluindo informações de que a presença de dióxido de carbono na atmosfera é a maior em 800 mil anos, feitos na recente apresentação, em Copenhague, Dinamarca, do relatório síntese do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), tornam decisivas as próximas negociações, que precisam ir muito além de acordos bilaterais, como o recém-firmado por China e Estados Unidos, que é importante, mas insuficiente. O entendimento e adoção de providências são impreteríveis, pois o fenômeno, se não for controlado logo, aumentará a probabilidade de impactos severos, invasivos e sem volta para os ecossistemas.

É instigante a ponderação feita pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na apresentação do documento do IPCC, de que se não forem tomadas as providências necessárias, a oportunidade de manter o aumento da temperatura global abaixo da meta de dois graus Celsius não será mais possível em menos de 10 anos. O novo relatório, considerado o mais abrangente sobre o tema até hoje realizado, mostra que, mesmo cessando as emissões de carbono de imediato, ainda levaria um bom tempo para normalizar a situação do clima.

Em contrapartida, é alentadora a conclusão dos especialistas de que há boas condições para se concretizar um planeta mais sustentável, com ações rápidas e uso de tecnologias e ferramentas já disponíveis. Nesse sentido, todos concordam que as energias renováveis, cada vez mais competitivas economicamente, são uma das soluções indispensáveis. Isso reafirma a importância do Brasil na luta da humanidade contra as mudanças climáticas, o que deve colocar o etanol, o biodiesel, os biocombustíveis em geral e a hidroeletricidade dentre as pautas prioritárias do País nos próximos anos. Independentemente do pré-sal, é preciso olhar com muita atenção para as demais fontes energéticas presentes em nossa generosa natureza.
Por outro lado, é prudente salientar uma ressalva feita pelo secretário-geral da ONU em Copenhague, que não teve a devida atenção: as nações mais pobres e vulneráveis, as maiores vítimas do aquecimento global, são as que menos contribuíram para potencializar o problema. Por isso, é justa a proposta que vem sendo defendida pelo Brasil, de que o acordo a ser firmado na Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP 21), em Paris, no mês de novembro de 2015, considere as ações já realizadas e estabeleça metodologia para quantificar e qualificar as responsabilidades anteriores pelas emissões de carbono.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), que concorda com essa posição e espera que ela seja acolhida, participa oficialmente das COPs desde 2009. Defende, ainda, que as decisões ligadas à agropecuária garantam a segurança alimentar e os sistemas produtivos, mas sem medidas disfarçadas que permitam a adoção de barreiras ao comércio. Além de engajada a essa agenda internacional, a entidade realiza numerosas ações voltadas a contribuir para a sustentabilidade ambiental, social e econômica da indústria.

O relatório síntese do IPCC é taxativo: a inércia custará muito caro à humanidade. As soluções existem e permitem a continuação do desenvolvimento econômico. Porém, é essencial a vontade de mudar!

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