Quarta, 24 Abril 2024

Engenheiro eletrônico, é vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Os gargalos logísticos que travam a movimentação das operações no Porto de Santos deverão estar eliminados em três anos, com a conclusão das obras previstas e em andamento na margem esquerda e também na margem direita, onde as intervenções são mais complexas. Neste lado, é fundamental a conclusão do projeto do Mergulhão – passagem subterrânea na Avenida Portuária, na região central da cidade – que vai eliminar definitivamente o conflito rodoferroviário no Cais do Saboó, que tem provocado constantes congestionamentos.

É de lembrar que a Avenida Perimetral está implantada entre o centro histórico e a Ponta da Praia, mas falta concluir o trecho entre a Via Anchieta e o Saboó e os armazéns do Valongo, onde estão as novas torres da Petrobras. Essa conclusão, porém, só se dará com a implantação do Mergulhão, que permitirá o acesso dos veículos pesados em direção ao cais.

Concluídas essas obras até 2017 e ainda que saia do papel o projeto do túnel submerso entre Santos e Guarujá, a preocupação certamente mudará de lugar. Ou seja, levando-se em conta as projeções da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que prevêem um crescimento anual de 13% na movimentação de contêineres, os gargalos logísticos vão se concentrar na Serra do Mar. Em outras palavras: será preciso encontrar alternativas ao Sistema Anchieta-Imigrantes, já que dificilmente as linhas ferroviárias, exploradas pelas concessionárias ALL e MRS, atenderão plenamente àquele crescimento.

Para piorar, a pista de descida da Rodovia dos Imigrantes foi (mal) construída com um declive acentuado, o que levou a empresa estatal Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) a proibir a sua utilização por veículos pesados. Assim, com a eliminação dos gargalos que havia no Planalto depois da construção do Rodoanel, os problemas foram transferidos para a pista descendente da Via Anchieta que, construída na década de 1940, praticamente não recebeu faixas adicionais, até em função de sua localização em meio aos despenhadeiros da Serra do Mar.

A saída que se conta agora seria a construção de uma nova ligação rodoviária entre São Paulo e Santos, destinada a receber o fluxo de veículos pesados em direção as duas margens do Porto. Segundos estudos da Secretaria estadual de Logística e Transportes, essa rodovia seria entre o município de Suzano e a área continental de Santos, mas interligada ao Trecho Leste do Rodoanel.

Seja como for, não adianta postergar estudos com a esperança de que até 2024 a participação das ferrovias no transporte de cargas chegará a 61% contra os atuais 15%, como recomenda estudo do Centro de Inovação em Logística e Infraestrutura Portuária da Universidade de São Paulo (USP), porque isso não irá ocorrer. É possível que haja um crescimento significativo da participação do modal ferroviário, mas a matriz de transporte brasileira continuará majoritariamente dominada pelo modal rodoviário por muito tempo. Esse é um mal de origem que dificilmente será superado.

 

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