Por Antonio Valerio Netto, diretor de Tecnologia da Cientistas, é convidado do Painel TI do Congresso SAE BRASIL
O veículo é uma ferramenta que pode auxiliar ou matar um ser humano. Depende somente do comportamento de quem o conduz. Trata-se de uma premissa relevante quando se enxerga o veículo terrestre (carro, moto, ônibus, etc.) como um componente importante no cotidiano das pessoas em centros urbanos.
Mas como compelir os motoristas a serem prudentes no trânsito evitando acidentes e possíveis situações de alto risco? Basta somente que o carro seja inteligente? Será que a grande responsabilidade não está na ação do condutor do veículo?
Em resposta a estas questões iniciou-se um processo de entender o comportamento das pessoas durante seu ato de direção. Empresas de tecnologia do segmento automotivo começaram a propor sistemas inovadores com a capacidade de analisar e interpretar o comportamento do motorista por meio de um conjunto de sensores instalados no interior dos veículos.
O objetivo agora é obter dados de diferentes características vindas desses sensores embutidos dentro do veículo (acelerômetro, GPS, bússola, microfone, câmera, etc.), que possam ser relacionados e interpretados para identificar, por exemplo, a necessidade de se gerar um alarme e posteriormente abrir uma ocorrência para alguma tomada de decisão.
A palavra-chave para esse tipo de sistema é análise de comportamento, baseada algoritmos inteligentes capazes de predizer ou detectar situações fora do padrão preestabelecido. Entre outras vantagens, essa nova plataforma tecnológica pode ser utilizada por seguradoras de veículos na criação de programas de bonificação para diminuir os prejuízos com pagamento de indenizações com clientes inadequados.
Além disso, o Denatran e os Detrans estaduais interessados em programas de educação para o trânsito e que queiram auditar seus exames de habilitação para a carteira de motorista de diversas categorias também podem fazer uso dessa plataforma.
Outros segmentos podem ser beneficiados. Entre eles o de transportadoras, para o monitoramento de frotas de carros de passeio, furgões leves, caminhões, ônibus, colheitadeiras, etc. quanto à condução adequada dos veículos pelos seus funcionários e terceiros; e também as empresas fabricantes de veículos que necessitam monitorar seus veículos devido ao modelo de negócio ou plano de manutenção preventiva. E por fim, existe ainda a aplicação para pessoas físicas que desejam acompanhar o comportamento de terceiros na condução de seus veículos.
Essa tecnologia será apresentada no Painel Tecnologia da Informação do Congresso SAE BRASIL 2014, dia 1º de outubro, no Expo Center Norte.