Quinta, 21 Novembro 2024

 

Por Leandro Gonçalves Martins, Administrador, especialista e pesquisador em marketing, TI e educação. Autor de livros sobre gestão e empreendedorismo. Professor universitário de graduação e MBA na ESAMC Santos

De longa data, venho percebendo que muitas pessoas andam simplesmente conectadas 24 horas na internet, mas ao mesmo tempo, totalmente desconectadas da vida. Nas empresas e reuniões de negócios, são poucos os executivos que conseguem deixar seus aparelhos celulares de lado e realmente se envolverem nas discussões. Nas universidades, vejo diversos alunos teclando sem parar em seus apps, estejam eles em aula ou no intervalo. Nas residências, muitas pessoas dizem conseguir assistir televisão e ao mesmo tempo acessarem suas redes sociais. Será que realmente temos tanta necessidade em ficarmos conectados dessa forma? Até que ponto esse hábito não pode estar se transformando em algo negativo para nossa saúde física e mental?

Uma mente que não descansa não consegue captar muito bem as novas ideias e registrar as novas experiências. E isso já foi provado por pesquisas científicas. Mas aqueles que defendem essa conectividade desenfreada alegam que, quando vão dormir, seus cérebros ficam desligados e assim relaxados. Será? Conheço muitas pessoas que, antes de dormir, e até mesmo quando já estão na cama, não desligam seus aparelhos e ficam acompanhando cada nova “curtida” ou comentário que recebem em seus perfis da internet. Estamos nos tornando celebridades virtuais para acompanhar tudo que pensam e falam a nosso respeito? Ou ainda reféns da tecnologia web?

Particularmente, sou defensor da conversa presencial, aquela onde as pessoas ficam frente a frente, olho no olho. Não que eu seja avesso às tecnologias. Muito pelo contrário. Incentivo apenas que essas ferramentas sejam utilizadas para melhoria do desempenho das nossas atividades, e não que nos tornemos escravos delas. Dessa forma, apresento algumas das sugestões que costumo dar aos meus alunos nas universidades, com o intuito de melhorar a qualidade de vida de cada um deles quanto o assunto é internet:

• Acesse seus e-mails apenas duas vezes por dia. Isso já é suficiente nos dias atuais. Acredite: se for algum assunto muito urgente a pessoa irá ligar no seu celular. O e-mail é uma ótima ferramenta para troca de mensagens, ou ainda para envio de arquivos como documentos, planilhas e slides. Você pode se programar para acessar todos os dias pela manhã, antes de começar suas atividades de trabalho, e uma segunda vez logo ao retornar do almoço. Esses dois momentos serão suficientes para responder as mensagens importantes. Aqueles e-mails com piadas, vídeos ou fotos da última festa podem ser acessados no final de semana, por exemplo, como forma de distração.

• Tire o som (alerta) dos aplicativos do seu celular. Receber uma vibração ou um toque sonoro toda vez que alguém lhe envia uma mensagem é a melhor maneira de tirar a sua concentração no que está fazendo. Muitas atividades nos requerem atenção e foco para evitar erros e retrabalhos. É impossível realizar uma grande quantidade de cálculos financeiros tendo que parar a cada 30 segundos para ver algo. Ou mesmo montar um relatório detalhado acompanhando cada novo contato de um em um minuto.

• Ainda sobre as mensagens no celular. Se você tem amigos que insistem em ficar enviando frases sobre tudo e todos, sugiro três ações: explique para a pessoa que você está ocupado e que depois responderá. Você pode ainda bloquear a pessoa temporariamente e deixar de receber os alertas dela, e posteriormente desbloquear para conversar algo. Ou se quiser ser mais radical, repense essa amizade.

• Limite o uso das redes sociais. Isso tanto em quantidade de redes quanto em horas gastas na frente das telas. Existem pessoas que possuem perfis em mais de cinco redes diferentes. Tenho certeza que é impossível manter atualizado todas as suas informações nelas. Outro problema está na quantidade de horas gastas. Uma rede social é um ambiente para você manter contatos com amigos de infância, da época da escola, colegas de trabalho e até mesmo aqueles familiares mais distantes. Mas será que você precisa falar com essas pessoas todos os dias? Além do problema das pessoas ficarem postando fotos e comentando tudo o que outros fazem. Deixe um pouco essas redes e viva a vida real!

A meu ver, as pessoas estão distraídas demais. Andam pelas ruas olhando para o seu smartphone sem parar e não percebem uma situação de perigo logo a sua frente, por exemplo, podendo tropeçar ou mesmo ser assaltada. Alguns estão totalmente sem consciência do que estão fazendo e, muitas vezes, até do que estão falando. Hoje em dia as pessoas estão ficando superficiais, ou seja, não estão aprofundando suas leituras e seus estudos. Dessa forma possuem opiniões rasas e sem base. Que tal utilizar a internet como ferramenta de aprendizagem? Existem ótimos cursos on-line gratuitos. Ou ainda, se preferir, que tal ficar algumas horas desconectadas da grande rede? Eu garanto que ainda existe vida fora da internet, e ela pode ser bem interessante, proveitosa e instigante.

 

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