Sábado, 23 Novembro 2024

 

Por Marcos de Sousa, editor do Mobilize Brasil

Mobilidade urbana sustentável se faz com a integração entre ônibus, bondes, trens, metrôs, barcas, bicicletas, carros, elevadores, escadas rolantes, teleféricos e aplicativos inteligentes, entre outras traquitanas. Mas a base de todo esse sistema são as calçadas, faixas de pedestres, semáforos e técnicas para acalmar o trânsito e permitir a circulação confortável e segura de crianças, idodos, pessoas com restrições de mobilidade, enfim, todos nós.

Pequenas viagens, de 1 ou 2 quilômetros para levar os filhos a escola, fazer compras, ir ao cabeleireiro ou à academia podem ser feitas a pé, de forma prazerosa, desde que as calçadas sejam largas, regulares, sem obstáculos ou degraus e, se possível, dotadas de alguma cobertura vegetal e bancos para descanso. Parece utópico, mas é assim nas cidades civilizadas, como Londres, onde os Beatles fizeram, em 1969, a famosa foto de capa do disco Abbey Road, um dos mais interessantes gerados pela banda de Paul, John, George e Ringo. A imagem, tomada sobre a faixa de pedestres, se tornou um símbolo dos movimentos em defesa do simples caminhar. E foi clicada no dia 8 de agosto, que mais tarde se tornou o Dia Mundial do Pedestre.

Caminhar é a forma mais natural de transporte, a de menor impacto ambiental, mas nem sempre a mais segura. Basta lembrar, conforme dados da Abramet, que o Brasil ostenta a taxa de 22,5 mortes no trânsito por cem mil habitantes e que um quarto dessa cifra corresponde a pessoas atropeladas por um trânsito cada vez mais violento.

Daí porque realizamos em 2012 a campanha Calçadas do Brasil e agora fazemos a campanha Sinalize!, que está avaliando a sinalização para pedestres, usuários do transporte público e ciclistas em várias capitais brasileiras.

Pelo mesmo motivo, abrigamos a partir de hoje o blog Pé de Igualdade, da arquiteta Meli Malatesta, que irá escrever sobre os desafios para melhorar as condições dos caminhantes urbanos. Meli atuou durante muitos anos na engenharia de tráfego de São Paulo e foi testemunha do cerco que foi se fechando em torno do pedestre, impedindo seu direito de ir e vir. Achamos que inaugurar o Pé de Igualdade é uma boa forma de marcar o dia 8 de agosto.

Então, moçada, Come Together, bóra caminhar!

 

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*Todo o conteúdo contido neste artigo é de responsabilidade de seu autor, não passa por filtros e não reflete necessariamente a posição editorial do Portogente.

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