Por Dane Avanzi, empresário do setor de telecomunicações e vice-presidente da Aerbras - Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil
Enquanto a implantação da tecnologia 4G ganha força no Brasil devido ao crescimento do uso de smartphones, na Costa Oeste dos Estados Unidos, está em fase de testes uma tecnologia que pode revolucionar a telefonia móvel mundial.
A tecnologia Pcell, ou simplesmente, Célula Pessoal, é capaz de criar uma nuvem particular para cada usuário da rede, possibilitando ao smartphone usufruir da capacidade máxima da rede. Sem exagero, trata-se de um salto quântico na experiência com telefonia móvel para usuários em todo mundo.
Hoje a concentração de usuários em uma determinada área leva a degradação da qualidade do sinal. Teoricamente, com a tecnologia Pcell, a rede permitirá a mesma qualidade a todos os usuários devido ao modo de propagação do sinal, que serve-se de um elemento até hoje tido como prejudicial às telecomunicações em geral, a interferência.
Utilizando a interferência (produzida entre estações radio base), o algoritmo desenvolvido pela Pcells é capaz de permitir a transmissão do sinal, mesmo em ambiente hoje tido como desfavorável. Isso é que é fazer limão da limonada!
Se a tecnologia vingar, muitas redes podem migrar diretamente da tecnologia 3G para a PCell. Será mesmo que a tecnologia 4G arrumou um concorrente à altura? Steve Pellman, veterano do Vale do Silício, inventor da PCell, pretende testar a tecnologia em San Francisco ainda este ano. O resultado desse teste pode revolucionar a telefonia móvel mundial. Muitas operadoras em todo mundo acompanharão de perto os testes.
Outra vantagem das Pcells é a escalabilidade, que permite aproveitar totalmente a infraestrutura atual das operadoras. No entanto, para se tornar uma realidade ainda há um caminho relativamente longo a ser percorrido nos bastidores da indústria da telefonia móvel, em organismos mundiais de padronização do serviço de telefonia móvel e, principalmente, na regulamentação da nova tecnologia junto a autoridades governamentais, como a Anatel por exemplo.
