Quinta, 21 Novembro 2024

Rogério Eduardo* Educador financeiro, especialista em mercado financeiro, fundador da Roar Educacional Consultoria e líder econômico pela Harvard School.

A relação entre a Faria lima e o governo Lula 3.0 não tinha começado muito bem, com um clima de desconfiança em relação aos rumos da economia, interrupção do programa de privatizações, entre outras medidas que contrariavam a linha liberal do candidato do governo anterior, que era a preferência claríssima de praticamente todos os eleitores com negócios na B3.

Com a sinalização do governo que iria impor mais austeridade aos gastos públicos, através do texto do novo arcabouço fiscal, ainda pendente de aprovação no congresso, isso começou a mudar. O mercado viu um sinal verde para o retorno da confiança interna e internacional no país.

Mas ainda haveria mais. Na sequência, em uma articulação política na qual poucos apostariam em dezembro do ano passado, após as eleições, conseguiu uma vitória gigantesca na Câmara, ao aprovar o texto inicial da reforma tributária.

E agora, em mais uma ótima jogada, ganhou a dividida com o Banco Central, “forçando” o comitê a baixar os juros básicos da economia, a taxa Selic.

Era pública e notória a pressão do governo por essa queda, já que a taxa Selic alta torna tudo mais caro e bloqueia os investimentos e o crescimento do país, apesar de ser fundamental para que a inflação fique não saia de controle.

Foi nesse sentido, de mostrar que a inflação já estava sob suas rédeas, que o governo conseguiu convencer o comitê monetário a rever a taxa para baixo, lançando mão, por exemplo, de movimentos que impediram os combustíveis de subir de preço, tirando a paridade com os preços internacionais, o que refletiu em um preço defasado e, por consequência, em uma inflação menor.

O Banco Central seguirá fazendo seu papel, que, aliás, tem feito de forma correta, segurando a inflação quando for necessário, através do seu principal mecanismo, a taxa de juros. O governo continuará a forçar a queda dos juros, mas não vai esticar a corda se a inflação tornar a aumentar, pois isso a inflação é muito nociva, principalmente para os mais pobres, seu principal eleitorado.

O importante é que medidas estão sendo tomadas pelas principais autoridades no tempo certo, e isso já está começando a ser comemorado na Faria Lima. Esperamos que essa comemoração se entenda para todos em breve, e que o governo e demais jogadores de Brasília continuem jogando bem - e limpo.

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