Quinta, 28 Novembro 2024

Maria Emília Farto é jornalista, assessora de imprensa, especialista em gestão de comunicação empresarial, gestão de marketing (branding) e fundadora da Polo de Comunicação

Infelizmente, comunicação empresarial ainda é sinônimo do que "a empresa tem a dizer" para tratar de questões importantes como a disseminação da cultura, valores, motivação e objetivos. É comum um ponto ser completamente ignorado: O que a empresa tem a ouvir?

Os chamados canais de comunicação tendem a ser surdos. Eles são focados apenas na transmissão de mensagens. Apesar de ainda existir muito a ser feito, o mundo corporativo evoluiu bastante no quesito "ouvir o cliente". Diga-se de passagem, impactado pela Lei do SAC e não pela inteligência de se investir em ferramentas eficientes para atender quem compra e fazer ótimo proveito das informações competitivas e métricas incontestáveis geradas por esse canal.

No entanto, o mesmo não se pode dizer com relação aos empregados. Ainda com o ranço de uma cultura equivocada do "manda quem pode, obedece quem tem juízo" gestores perdem a preciosa e inigualável chance de descobrir possibilidades de melhoria de processos e produtividade, inovação e disrupção porque ainda não aprenderam a ouvir quem mais entende do que eles vendem: quem faz.

A comunicação empresarial eficiente fala, mas também ouve. Só que no dia a dia, enquanto o departamento de comunicação interna está focado na criação de cultura de sustentabilidade e o RH precisa disseminar, com urgência, a mudança de convênio médico, uma fábrica pode estar cheia de "pessoas" produzindo mal e trabalhando angustiadas porque as questões que mais lhes afligem não estão sendo sequer percebidas.

Essas questões podem ser desde rotinas mal estruturadas entre departamentos; medo de que a fábrica feche, quando na verdade está expandindo; ou até uma ideia simples e barata para resolver um problema sério da plataforma de logística, que algum chefe insiste em não trocar para evitar custos. Situações e possibilidades para serem citadas como exemplo não faltam.

Criar e manter canais para escutar - e responder, aos empregados vai além de qualquer ferramenta ou tecnologia de comunicação. Isso passa pela cultura empresarial e tem peso determinante no clima organizacional. Esses canais só vão se estabelecer se a empresa tiver conquistado a confiança de seus empregados.

Sempre vale lembrar que empresa é gente. Gente que é ouvida participa. Gente que participa se compromete. Quem se compromete gera grandes resultados.

Os acionistas agradecem.

 

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*Todo o conteúdo contido neste artigo é de responsabilidade de seu autor, não passa por filtros e não reflete necessariamente a posição editorial do Portogente.

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