Quinta, 28 Março 2024

Entrevista com Karen Andrade, consultora em Tecnologia Educacional da Planneta, empresa do grupo Vitae Brasil/ Por Ivani Cardoso

Em um mundo onde robôs, Internet das Coisas, Inteligência Artificial e Linguagem Computacional estão em alta, como a escola deve promover novas experiências para os alunos? Karen Andrade, consultora em Tecnologia Educacional da Planneta, empresa do grupo Vitae Brasil (www.vitaebrasil.com.br), diz que é preciso propor aos jovens novas soluções após investigar, descobrir, conectar, criar e refletir a partir dos resultados, para que possam testar infinitas possibilidades na aprendizagem cotidiana. “Nativos digitais preferem aprender por meio de experiências”, afirma.

O que é Educação 4.0?

O termo Educação 4.0 já vem sendo discutido desde a chamada Quarta Revolução Industrial ou Indústria 4.0, que começou a usar novos tipos de robôs, Internet das Coisas, Inteligência Artificial e Linguagem Computacional. Porém, ao pensar na área educacional, precisamos promover uma experiência maior para os alunos que cada vez mais são guiados pelos seus interesses, por temas que os atraem, ampliando também o currículo definido pela escola. Assim, ao pensarmos na educação, a orientação para a sala de aula será convidar os alunos, individual ou colaborativamente, a resolver situações-problema do cotidiano, propondo novas soluções após investigar, descobrir, conectar, criar e refletir; e, a partir dos resultados, repensar outras formas de solução, se necessário. Com isso, além de aprender, os alunos podem testar infinitas possibilidades.

Como preparar o aluno para esta nova realidade?
Os educadores podem, além de trabalhar com outros recursos, trabalhar também com as metodologias ativas e com a tecnologia a partir dessas novas abordagens educacionais que atendem ao perfil dos novos alunos nativos digitais que preferem aprender por meio de experiências e vivências, que é o conceito do “aprender fazendo” – tradução de “learning by doing”.

No Brasil, muitas escolas nem computador têm. Como adaptar as aulas para este novo mundo em espaços sem a tecnologia adequada?
A proposta da atividade ou o desenvolvimento de um projeto deve estar de acordo com os recursos disponíveis, tanto nas escolas quanto fora dela. Porém, devem contemplar atividades de colaboração, criação, pesquisa e compartilhamentos, que cada vez mais devem fazer parte do processo de ensino e aprendizagem.

Qual o papel dos educadores nesse processo?
Os educadores são – e serão cada vez mais – os grandes mediadores e motivadores do uso das novas abordagens e possibilidades na sala de aula, de forma que as atividades, projetos e interação fomentem a autonomia e o protagonismo, além de propiciarem o desenvolvimento de habilidades para as profissões e carreiras que esperam por nossos alunos fora da escola.

Essa nova linguagem não é de fácil acesso. Os órgãos ligados à educação e à escola deveriam assumir a frente desse processo?
O trabalho deve acontecer de forma integrada e com a parceria entre todos os envolvidos, pois os conteúdos, a proposta pedagógica e também os processos de avaliação devem estar de acordo com a abordagem seguida pela escola e pelos órgãos ligados à educação. Assim, professores e gestores conseguem trabalhar juntos e implantar projetos em prol de toda a comunidade escolar.

Os alunos de hoje devem se preparar para um mundo tecnológico com novas oportunidades profissionais. Como os pais podem ajudar?
Os pais também devem ser ativos na vida escolar dos filhos, pois podem ser grandes incentivadores do ir além nos conteúdos e podem motivar de forma natural novas oportunidades de aprendizagem em casa, seja com um aplicativo no smartphone e tablet, com um livro ou com atividade em família.

O monitoramento é fundamental na tecnologia. Como fazer isso nas escolas?
A partir do monitoramento das tecnologias, é possível definir diversas formas de trabalho. Atualmente, por exemplo, os professores podem mapear o processo de ensino e aprendizagem por meio do levantamento de dados detalhados das atividades ou avaliações feitas pelos alunos e, a partir dessa análise, propor melhorias nas experiências de ensino. A tecnologia deve ser integrada a uma metodologia, ou seja, pode ser usada como um recurso que potencializará a pesquisa, a troca de ideias e experiências colaborativas.

Qual o papel da tecnologia?
A tecnologia passa a ser uma aliada no desenvolvimento de alunos pesquisadores e produtores de conteúdos, de forma que eles conheçam e utilizem os recursos digitais não somente para a resolução do problema, mas também de forma consciente, reflexiva e ética, além da possibilidade de criação tecnológica.

Como as salas de aula devem se transformar em espaços de desenvolvimento de competências?
A organização da sala de aula deve estar de acordo com o planejamento do professor, que deverá organizá-la com estratégias didáticas e com a dinâmica proposta para aula, pois o mais importante é que o espaço seja usado para promover o desenvolvimento de competências nos alunos, fazendo com que o foco vá além dos conteúdos, onde seja possível promover tanto troca de experiências quanto trabalho e aprendizagem colaborativa.

Quais as habilidades que devem ser desenvolvidas na sala de aula para a Educação 4.0?
Atualmente, é necessário desenvolver nos alunos a capacidade de usar os conhecimentos para a resolução de problemas, ou seja, a partir de situações pertinentes à realidade do aluno do século 21, onde ele pode experimentar, criar, fazer testes e propor novas soluções para os problemas do cotidiano. Dessa forma, os três eixos (conhecimento, habilidades e atitudes) podem ser trabalhados na sala de aula integrados aos conteúdos.

Como integrar conceitos de ciências, tecnologia, engenharia e outros temas?
É necessário refletir e promover ações diferenciadas. Dessa forma, posso citar a aprendizagem baseada em projetos, a STEAM (Science, Technology, Engineering, Arts e Mathematics) e o Design Thinking como termos que estarão cada vez mais presentes em nosso cotidiano e que, além de estimular a ação e criação, promovem desafios e despertam a curiosidade. A integração de conceitos de ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática para desenvolver os projetos “mãos na massa” convida os alunos a resolverem situações-problema pensadas a partir de seus próprios interesses, propondo novas soluções após investigar, descobrir, conectar, criar e refletir, e, a partir dos resultados, repensar outras formas de solução, se necessário. Com isso, além de aprender, o aluno pode testar infinitas possibilidades.

A BNCC está aliada à Educação 4.0?
A Base Nacional Comum Curricular define a organização das três etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) e também as aprendizagens essenciais, assim como apresenta 10 competências gerais que devem ser pensadas no âmbito pedagógico, nos direitos de aprendizagem e no desenvolvimento integral do aluno. As diretrizes da BNCC norteiam o uso da tecnologia na educação, dando ênfase às questões referentes a inovação, linguagens e cultura digital. Todas essas ações estão integradas com o objetivo de garantir a formação integral, preparando os alunos para resolverem demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. Ao refletirmos sobre esse conjunto de competências, temos o aluno como protagonista em seu processo de aprendizagem e das relações promovidas a partir da escola, pois são competências do cidadão do século 21.

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*Todo o conteúdo contido neste artigo é de responsabilidade de seu autor, não passa por filtros e não reflete necessariamente a posição editorial do Portogente.

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