Sexta, 22 Agosto 2025

 

O risco por “Infecção Hospitalar” foi tema de uma das palestras do Seminário da Saúde, atividade que integrou a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, realizada na Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS), em parceria com o Sebrae, Instituto Federal da Ciência e Tecnologia (IFSC) e Fundação Científica de Energias Renováveis (FCTER). O assunto foi conduzido pelo responsável pela comissão de controle de infecção hospitalar do Hospital Regional Oeste, em Chapecó, que também é especialista em controle de infecção hospitalar, Paulo Cesar da Silva.

Entre os fatores apontados como desencadeadores da infecção hospitalar estão o tempo de hospitalização, a frequência de procedimentos realizados com ele, a utilização de antimicrobianos, a falta de atenção ou má qualificação dos profissionais, entre outros. “A prevenção de infecções hospitalares depende muito mais da instituição e de seus colaboradores do que dos pacientes, já que ninguém frequenta o hospital no intuito de contrair uma doença”, ressaltou.

A melhor orientação é a prevenção. Segundo Paulo, não há perspectiva de criação de novos antibióticos, pelo menos, nos próximos 15 ou 20 anos e, enquanto isso, os medicamentos que possuímos vêm se tornando ineficazes devido à evolução e resistência que as bactérias vêm adquirindo. “O panorama atual das bactérias transparece que há uma disseminação intra-hospitalar e que elas estão adquirindo características que as tornam superresistentes. Isso, por sua vez, encarece o custo para permanência do paciente no hospital, gera mais mortes e gera, principalmente, o pânico”, afirmou. O palestrante disse, ainda, que há quem acredite que as bactérias estão passando os genes de resistência entre si, o que gerará ainda mais superbactérias.

“Esse dado reforça, ainda mais, a necessidade de haver uma preocupação com a higienização, principalmente das mãos. Ela deve ser feita em, pelo menos, cinco momentos específicos que são antes do contato com o paciente, antes da realização de procedimento asséptico, após o risco de exposição a fluidos corporais, após o contato com o paciente e, por último, após o contato com áreas próximas ao paciente”, recomendou antes de explicar, de forma detalhada, sobre a maneira correta de lavar as mãos.

O primeiro passo é a higienização. Esta é uma medida básica para o combate da disseminação das bactérias. O segundo passo é seguir as orientações do hospital, que podem ter recomendações de precaução para aerossóis, gotículas, de contato, ou ainda de precaução padrão, que deve ser seguida com todos os pacientes, independente de suspeita ou não de infecção. A terceira orientação é sobre a limpeza dos ambientes. Recomenda-se a higienização com álcool 70% de maçanetas, telefone, prontuários, bancadas, mesa de alimentação, estetoscópio, termômetro, e outros materiais do meio hospitalar. Também, orienta-se a não tocar maçanetas com o uso de luvas, a não transitar em corredores com aventais, luvas ou máscara pendurada no pescoço e que, após retirar as luvas, o profissional lave as mãos com água e sabão imediatamente.
Paulo concluiu a palestra deixando claro que os microorganismos estão presentes em todos os lugares e, por isso, precisamos criar barreiras novas diariamente. Também que é preciso diminuir a utilização de antibióticos, aumentar a higiene nos ambientes e, principalmente, conscientizar as equipes multiprofissionais que trabalham nos hospitais. “O mais difícil, no processo de conscientização, é que as pessoas aceitem e se previnam das bactérias, por se tratarem de seres microscópicos, invisíveis a olho nu”, afirmou.

Ebola
Sobre o vírus ebola, o palestrante disse convicto que o mundo não está preparado para enfrentá-lo. “Se preparem, pois o ebola se tornará um pandemônio. Para transmissão do vírus, uma gotícula basta”, alertou. “A transmissão só começa, no entanto, quando os sintomas do vírus ficam evidentes. Outro aspecto a se ressaltar é que, a contar do primeiro até os 21 dias de contaminação, a doença passa pelo período de incubação e também não é transmissível”, explicou. Todos os fluidos corporais são considerados potencialmente infecciosos. Não há evidencias, por enquanto, de transmissão respiratória por aerossol, apenas por gotículas.

Os sintomas que servem de alerta aos órgãos de saúde são casos clínicos nos quais o paciente apresente febre de início súbito, podendo ser acompanhada por sinais de hemorragia como diarreia sanguinolenta, gengivorragia, hemorragias internas, sinais purpúricos e hematúria.

O palestrante atentou também que, em situações de epidemais ou pânico, é necessário redobrar a atenção no diagnóstico de doenças infecciosas que demandam tratamento específico e urgente e podem ser erroneamente diagnosticadas ou até pior, não serem tratadas a tempo.

A professora do curso de Enfermagem da UFFS, Liane Keitel, relatou que a palestra foi esclarecedora em relação à Infecção Hospitalar, considerando a complexidade que ela representa e a dificuldade na adaptação dos profissionais para reduzir ou controlar estes riscos dentro dos hospitais. “Quanto ao ebola, é preocupante saber que pode se caracterizar, em breve, como uma pandemia. Além disso, pela dificuldade de identificar o vírus e tratá-lo, frente às limitações que temos”, contou.

 

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