Muitas obras relacionadas ao setor logístico se arrastam há muito tempo no Brasil, sem resultados concretos. Em termos de portos, sem dúvida a mais arrastada delas é a criação de um porto de águas profundas no estado do Espírito Santo. O assunto está na pauta nacional desde 2007, quando era analisado pela Secretaria de Portos.
Dois anos depois, ganhou força quando uma comitiva liderada pelo então presidente Lula apresentou o projeto na Bélgica e em outros países da Europa. Em 2012, os estudos de localização do porto na costa capixaba estavam avançados. Contudo, aquele que poderia ser o novo maior porto da América Latina não teve sua construção iniciada até hoje.
Em entrevista à Folha Vitória, o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, mostrou toda insatisfação com a falta de definições para o chamado "superporto". “O Porto de Águas Profundas está sendo muito discutido, mas precisamos urgentemente definir o local em que será instalado. Temos dois portos sendo cogitados: o de Presidente Kennedy, e o de Vila Veha. Mas não seria melhor focar em um só. Acredito que seria mais viável. Acho que falta certa definição”.
O presidente disse, também, que a indefinição gera insegurança para empresários que atuam no comércio exterior. “Quando converso com pessoas ligadas à área de mercado exterior, as pessoas ficam na dúvida ainda. Não percebo certa segurança se será no lugar X ou no lugar Y. Acho que precisamos definir, até porque o porto de águas profundas requer amplo estudo, investimentos altíssimos, licenciamentos ambientais. A região que vai receber um porto precisa ser pensada para o futuro, para os próximos 50 anos, porque a estrutura é muito grande”.