No final do ano passado, dois técnicos da Cetesb estiveram na área onde se localiza a Estação Antártica Comandante Ferraz – EACF, onde, após o incêndio ocorrido em fevereiro de 2012, constatou-se que o subsolo estava contaminado com óleo combustível. Os técnicos, Fernando R.S. Pereira, engenheiro agrônomo, e Jessé Soares Alves, auxiliar de campo, ambos do Setor de Avaliação e Auditoria de Áreas Contaminadas, passaram quase um mês no local realizando coletas de amostras de solo, que já estão sendo analisadas nos laboratórios da Cetesb e da Analytical Technology.
Jessé, com quase trinta anos na empresa, atuando em atividades de recuperação do solo em áreas urbanas, disse que sentiu como se estivesse “ganhando um presente”, não se cansando de agradecer a oportunidade concedida pela Cetesb de conhecer um lugar como a Antártica. E é com entusiasmo que conta a sua aventura que, narrada dia-a-dia pelo Facebook, aumentou em muito o círculo de amigos na Internet. Sem contar a alegria de falar diretamente com o filho e seus colegas, em plena aula, por meio de videoconferência “on line”, falando da neve, do gelo, dos animais e tudo o mais.
Fernando, que já trabalha há dois anos na Cetesb, lembra que a Antártica é algo que sempre despertou a sua curiosidade, mas nunca sequer imaginou que, um dia, iria por os pés nesse continente. Lá, os dois técnicos realizaram a coleta de amostras de solo, com o objetivo de delimitar a pluma de contaminação, para embasar o projeto de recuperação da área.
Utilizando tratores e escavadeiras, perfuraram o solo a uma profundidade de até 2 m. Nessa época do ano, entre 22 de novembro e 19 de dezembro, período em que estiveram no local, a temperatura oscila em torno de 0ºC, proporcionando uma sensação térmica de -10ºC. “Tivemos de perfurar a camada de sedimentos até chegar na camada de gelo que é permanente, para obter as amostras”, explica Fernando.
Esta é terceira vez que técnicos da companhia visitam a estação. Na primeira, técnicos do Setor de Operações de Emergência estiveram no local para realizar a análise de risco e, na segunda, técnicos do Departamento de Áreas Contaminadas realizaram estudos constatando a contaminação nas águas e no sedimento superficial por óleo diesel. O trabalho, agora, é de avaliar a extensão horizontal e vertical da contaminação.