O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (14) a criação de uma força-tarefa para investigar as denúncias feitas pelo Ministério Público sobre ações de integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
O anúncio foi feito após uma reunião com a cúpula da polícias Militar e Civil, além das secretarias de Segurança Pública e Administração Penitenciária. O encontro, que tinha como objetivo discutir as recentes ameaças PCC reveladas por uma investigação do Ministério Público, começou por volta das 10h20 e durou cerca de 40 minutos.
Escutas obtidas após três anos de investigações do MP sobre a quadrilha concluíram que o grupo controla 90% dos presídios de São Paulo. No mês passado, os promotores denunciaram 175 acusados à Justiça e pediram o isolamento dos 35 principais chefes do bando no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Todos os pedidos foram negados. O Ministério Público já entrou com recurso.
Segundo Alckmin, policiais civis e militares, além de promotores, vão atuar 24 horas por dia no Ciisp (Centro Integrado de Inteligência em Segurança Pública) para apurar as denúncias e rastrear as ligações telefônicas entre presos. A ideia também é investigar os policiais suspeitos de envolvimento com o crime organizado.
Promotores denunciaram 175 pessoas sob suspeita de formação de quadrilha e atuação no crime organizado. O Ministério Público ainda pediu o isolamento dos 35 integrantes do PCC no Regime Disciplinar Diferenciado.
Alckmin também afirmou que em dezembro devem começar a ser instalados, em 23 unidades prisionais do estado, bloqueadores de celulares. Segundo o tucano, os antigos equipamentos eram ineficientes. “Nunca se teve tecnologia adequada. Ou não bloqueava ou bloqueava [os celulares] de todo o bairro.”
No primeiro semestre, o governo testou, com sucesso, o novo equipamento nos presídios de Pinheiros, Belém e Guarulhos. A licitação foi aberta. Para o secretário da Segurança, a instalação de bloqueadores não irá atrapalhar investigações como a do MP, que foi baseada em escutas telefônicas. Segundo ele, o estado tem outras maneiras de monitorar o crime.
Fontes: Folha e G1