Quatro dos dez policiais militares lotados na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha e indiciados por tortura seguida de morte e ocultação de cadáver no inquérito que investigou a morte do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, 43, continuam trabalhando na unidade, em serviços burocráticos, segundo informou o comandante da PM, tenente-coronel Luis Castro Menezes.
Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora, os militares continuavam lotados na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na Zona Sul do Rio, na manhã desta sexta-feira (4), porque a transferência depende de publicação em boletim oficial da corporação.
O Ministério Público do Rio de Janeiro recebeu na noite de terça (1º) o inqúerito da Divisão de Homicídios, que indiciou 10 policiais militares da UPP Rocinha, incluindo o major Edson Santos, ex-comandante da UPP da Rocinha, pelo desaparecimento de Amarildo. A informação foi dada com exclusividade pelo Jornal Nacional.
Na última quarta-feira (2), o promotor de Justiça Homero das Neves Freitas, que recebeu o inquérito da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio sobre o caso Amarildo, afirmou que toda a prova da investigação é testemunhal. Segundo Freitas, não há qualquer indício físico que incrimine os dez policiais militares indiciados.
O inquérito tem 2.000 páginas. O ajudante de pedreiro sumiu no dia 14 de julho, depois de ser levado por PMs para a sede da UPP na comunidade. O ex-comandante da unidade sustentou que Amarildo foi ouvido e liberado, mas nunca apareceram provas que mostrassem o pedreiro saindo da UPP, pois as câmeras de vigilância que poderiam registrar a saída dele não estavam funcionando.
FOntes: G1 e UOL