Interesses políticos e econômicos e o apoio do Governo dos Estados Unidos, foram as munições das Forças Armadas para o golpe dado em 31 de março de 1964. A estratégia da chamada “Revolução Redentora de 31 de março”, alimentava conspirações contra o então presidente da República, João Goulart (Jango), e os movimentos de esquerda. Jango foi deposto no dia 1º de abril, assumindo o governo do País, o general Humberto de Alencar Castelo Branco.
O movimento militar de 1964 pretendia ser uma intervenção rápida para evitar o domínio das forças de esquerda. Entretanto, o regime de repressão durou mais que o esperado e chegou a ter força até 1985.
Os conhecidos anos de chumbo foram marcados pela repressão, opressão, censura à imprensa e à cultura, cassações, torturas e mortes. Aqueles que os militares julgavam subversivos, comunistas ou que “houvessem atentado contra a Segurança do País”, portanto considerados uma ameaça contra o regime e formadores de opinião da massa popular, foram capturados e transformados em presos políticos.
Prefeitos e governadores tiveram seus direitos políticos cassados. Durante a ditadura militar que se estendeu por 21 anos, muita gente foi exilada.
Os dias que antecederam o golpe foram tensos. Em 19 de março, ocorreu a Marcha da Família, na capital paulista. Mais de 1 milhão de pessoas se reuniram em passeata para protestar contra o comunismo, regime político que temiam, porém estavam alheias as conseqüências que sofreriam com a ditadura militar.
A mensagem que fica é que, curiosamente, o dia da mentira, 1º de abril, começava a escrever uma das piores verdades da história do Brasil.
O portuário e líder sindical Oswaldo Pacheco
Nascido em Sergipe, Oswaldo Pacheco é considerado um dos maiores líderes sindicais dos portuários brasileiros. Estivador, projetou-se no Porto de Santos, Estado de São Paulo.
Pacheco foi eleito deputado constituinte por São Paulo em 1946. Morreu em 1993. Acusado de comunista, foi cassado depois de promulgada a Constituição de 1946. Em 1964, exilou-se no México. Na ditadura militar, foi preso e torturado.
“Este é tempo de divisas, tempo de gente cortada... É tempo de meio silêncio, de boca gelada e murmúrio, palavra indireta, aviso na esquina.”
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Fontes
Jornal Tribuna do Norte
http://www.tribunadonorte.com.br/anteriores/000331/nat2.html
Uma passeata pediu o Golpe de 64 (Agência RBS de notícias)
http://educaterra.terra.com.br/almanaque/aula/familia.htm
O último golpe - Deputado Chico Alencar (PT)
http://www.chicoalencar.com.br/artigos/ultgolpe.htm
Revista Época - http://epoca.globo.com/edic/19991108/memoriad.htm