TRÍPOLI (Reuters) - As quatro décadas de governo do líder líbio Muammar Gaddafi ficaram sob risco crescente com a chegada pela primeira vez dos manifestantes de oposição à capital do país, nesta segunda-feira. Segundo relatos de testemunhas, dezenas de pessoas morreram em confrontos com as forças de segurança.
Várias cidades do leste do país pareciam estar nas mãos da oposição, que avançou desde Benghazi, o epicentro na Líbia das manifestações populares contra os governos autoritários do mundo árabe.
Manifestantes antigoverno fizeram protestos nas ruas de Trípoli, líderes tribais e religiosos se manifestaram contra Gaddafi e unidades do Exército aderiram à oposição, em uma revolta que já custou a vida de mais de 200 pessoas.
O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, disse ter obtido informações que indicariam que Gaddafi estaria viajando para a Venezuela, mas uma fonte do governo do presidente Hugo Chávez negou a informação.
Um dos filhos de Muammar Gaddafi disse que o líder veterano vai combater "até o último homem que estiver de pé" a revolta popular que abalou seu governo.
A oposição disse ter assumido o controle de Benghazi e outras cidades, desafinado o controle com mão de ferro de Gaddafi. Alguns analistas sugeriram que o país estaria a caminho de uma guerra civil.
Pelo menos nove cidades no leste da Líbia, entre elas Benghazi, Zuara e Zlitan, estão sob o controle de manifestantes leais a grupos tribais, disse à Reuters o presidente da Federação Internacional dos Direitos Humanos, na França.
"A Líbia é a mais provável candidata a passar por uma guerra civil, porque o governo perdeu o controle sobre parte de seu próprio território", disse Shadi Hamid, diretor de pesquisa do Centro Brookings Doha, no Catar.
Fonte: Reuters