De acordo com ele, os ajustes são necessários para manter como clientes os 180 mil servidores do governo local que recebem atualmente pelo BRB. Eles representam 40% dos atuais clientes do banco.
Além disso, o BRB está atento à portabilidade, mecanismo que começa a valer a partir de 2012 e que permitirá que os funcionários escolham o banco pelo qual querem receber os salários.
“Ou a instituição se torna altamente competitiva para conseguir manter essa clientela, que hoje é mantida por força de lei, ou corre o risco de perder o valor, porque vai ter que disputar com grandes bancos a preferência dos servidores públicos”, afirmou.
Segundo Medina, o governo do Distrito Federal “corre contra o tempo” para decidir o futuro do BRB porque, caso o banco seja de fato vendido, a idéia é que o comprador aproveite o benefício de ter a folha de pagamentos. “Esse ativo [folha de pagamento] está se depreciando ao longo do tempo [por conta da proximidade com 2012]”, disse.
O secretário afirmou que se o governo optasse por vender somente a folha de pagamento dos servidores ativos e inativos do DF, seria o mesmo que “desmontar o banco”. “Hoje, o banco vale basicamente pela folha”, admitiu.
Em janeiro deste ano, o BRB ofereceu R$ 800 milhões para continuar administrando, a partir de 2012, a folha de pagamento do governo local, que gira em torno de R$ 3 bilhões mensais.
Entretanto, segundo o secretário, essa proposta não foi levada adiante porque o BRB não teria condições financeiras e, com isso, descumpriria o acordo de Basiléia, que trata da solvência dos bancos. No ano passado, o lucro líquido do BRB chegou a R$ 100 milhões.
“Por que o banco compraria uma folha de pagamento sobre a qual hoje tem direito sobre ela, sem custo nenhum, por força de lei?”, questionou o secretário, fazendo questão de lembrar que não era secretário da Fazenda por ocasião da proposta.
Medina argumentou que o atual governo termina em 2010 e que, a partir dessa data, não há garantia de que existirá uma política financeira de fortalecimento e modernização do BRB, mesmo se houver reeleição.
De acordo com o secretário, uma das ações que estão sendo adotadas para valorizar o BRB é a incorporação da Financeira BRB ao banco, o que vai reduzir em R$ 5 milhões, por ano, o pagamento de tributos federais.
Também estão sendo feitos investimentos em modernização tecnológica, o que permitirá ampliar os serviços pela internet. O banco conta com a mesma plataforma de gerenciamento de dados há dez anos. Outra ação é ampliar a oferta de crédito. Atualmente, o BRB não oferece, por exemplo, operações de leasing aos clientes.
Fonte: Agência Brasil - 11 JUL 08