Sexta, 31 Janeiro 2025

Com o setor de shopping centers em ritmo acelerado de expansão e demonstrando ser um investimento lucrativo, os fundos de pensão resolveram voltar a injetar dinheiro nesse mercado, visando às altas taxas de retorno, que chegam até a 47%. Tradicionais investidores do setor, esses fundos chegaram a se desfazer de algumas participações em shoppings em meados de 2006, mas depois da entrada de grandes grupos internacionais acirrando o setor, além do estímulo da valorização dos ativos, agora eles reestruturam seus investimentos na área, com aportes de até R$ 200 milhões para o setor.
Nabil Sahyoun, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), declara que os fundos de pensão têm importante representação no segmento e alguns ainda têm disponibilidade para investir. É o caso da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), o terceiro maior fundo de pensão do Brasil, com patrimônio médio de R$ 31,9 bilhões, e otimista com o cenário favorável ao setor de malls.
Segundo Jorge Arraes, diretor de participação societária e imobiliária do Funcef, a intenção é investir mais em shoppings este ano, além dos 14 empreendimentos em que já tem participação. Para 2008, o fundo possui margem de R$ 200 milhões em investimentos imobiliários, o que inclui os shoppings, e já estão em estudo projetos de construção e compra de ativos, em centros de compras já existentes.
Hoje, o fundo, que pertence aos funcionários da Caixa Econômica Federal, têm em shopping centers investimentos de R$ 550 milhões, o que representa 23% dos seus investimentos no setor imobiliário. "A tendência é de que essa participação aumente até o final do ano", prevê Arraes. Os fundos de pensão podem ter até 8% de sua carteira investidos em imóveis e o Funcef ainda não atingiu o limite, estando com 6,3% - logo, ainda há espaço para crescer no setor.
Entre 2004 e 2005, a entidade chegou a vender cinco participações em centros de compras, que não apresentavam a rentabilidade desejada, mas reestruturaram os investimentos e isso não deve mais acontecer nos próximos anos. "Pelo contrário, estamos querendo comprar agora, já nos desfazemos das participações necessárias", afirma o diretor. Para ele, com o aquecimento da economia o segmento está crescendo ainda mais e é muito vantajoso investir nele. "No ano passado a rentabilidade foi de 47%, e deve crescer", diz.
O último empreendimento que recebeu investimentos do Funcef é o Shopping Praça da Moça, o primeiro shopping de Diadema, na Grande São Paulo. O mall recebeu R$ 80 milhões do fundo, o que perfaz 40% do total investido, mesmo percentual que o fundo detém no shopping.
Para o diretor da Empreendi Assessoria e Gestão de Investimentos, Roberto Martins, a demanda de fundos interessados em projetos de shoppings está maior. Segundo ele, existem três projetos de malls em São Paulo, e a previsão é buscar recursos junto a fundos de pensão. No caso do shopping de Diadema, previsto para ser inaugurado em 2009 e desenvolvido pela R3 Investimentos, com administração da ADShopping, a própria Funcef que procurou a parceria.
Martins ressalta que dois desses projetos em estudo serão de centros de compras menores em São Paulo. Em 2009, por exemplo, também será inaugurado um shopping em Osasco, o União de Osasco, do grupo Savoy. O outro projeto será de um shopping maior, fora do Estado de São Paulo.
Retomada
Outros fundos, como a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), o maior do País, com patrimônio de R$ 133,9 bilhões, também afirmam que o setor está mais atrativo. Hoje, a Previ tem investimentos em 14 shoppings, participações contabilizadas em R$ 835 milhões, o equivalente a 0,61% dos investimentos totais em 2007.
De acordo com Fábio Moser, diretor de Investimentos da Previ, "esse valor tem aumentado ao longo dos últimos anos, principalmente por conta do aquecimento do mercado e da boa rentabilidade dos ativos" , diz ele. Este ano, o diretor afirma não haver previsão de quanto será investido no setor, mas garante estarem abertos às oportunidades. "A Previ, assim como todos os fundos de previdência, tem interesse em ativos que tragam renda de longo prazo. Os investimentos imobiliários, assim como os shoppings, possuem esse perfil de investimento", explica o executivo.
Para o diretor, a Previ tem algumas vantagens no setor de malls, já que seu corpo técnico tem experiência em relação a esses ativos, e com o bom momento da economia, "estão alcançando uma carteira de boa qualidade". Entre os shoppings que detém, estão Shopping Morumbi, Barrashopping, ParkShopping, Shopping Leste Aricanduva e Shopping Metrô Tatuapé.
Outra que detém participações em centros de compras é a Fundação Cesp, com patrimônio de R$14,3 bilhões. Seus investimentos em shoppings totalizam R$ 113,465 milhões - 60,55% da carteira de imóveis. Ano passado, os shoppings chegaram a ter rentabilidade de até 10,18%, como o Shopping Center Piracicaba. O fundo tem parte de mais quatro malls, entre eles o Shopping Iguatemi e o Plaza Sul.

Fonte: DCI - 08 JUL 08

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