O estudo indicando as alternativas de localização do terminal portuário é uma continuação do estudo de viabilidade técnica e econômica do ramal ferroviário Mossoró-Natal, que ligaria a capital do estado a seus principais pólos produtivos. O ramal até hoje não dá mostras de ter avançado. Acabou encontrando na esteira da refinaria, no entanto, a chance de ressuscitar e quem sabe, ganhar fôlego.
Segundo o estudo de viabilidade técnica e econômica do projeto, suas linhas iriam de Natal a Mossoró com ramificações em São Gonçalo do Amarante, Afonso Bezerra, Macau, Guamaré, Assu, Jucurutu e Areia Branca. Para tanto, seriam recuperados 240Km de linhas férreas além de construídos mais 228,2Km.
De acordo com os dados apresentados em 2006 sobre o projeto, através do ramal poderiam ser transportadas mercadorias como minério de ferro, calcário, cerâmica, açúcar refinado, cimento ensacado, frutas - óleo diesel - e sal.
O projeto já incluía a construção de um terminal de granéis sólidos em Areia Branca, uma reforma no porto da capital e a perspectiva de gerar uma logística mais competitiva, reduzir custos e originar negócios por onde os trilhos passassem. Até hoje, não apareceu, no entanto, um parceiro efetivamente decidido a financiá-lo. O custo seria de pouco mais de R$ 800 milhões.
EVOLUÇÃO
Com o segundo estudo, cuja intenção era ‘‘localizar’’ o novo porto, surgiram novas idéias e, para o estado, novas perspectivas. ‘‘Evoluímos a idéia e sugerimos, ao invés de um porto, um sistema de correia transportadora em Porto do Mangue, sobre o mar. Seria um terminal privativo com custo operacional mais baixo e com alta produtividade’’, continua Soares, da Petcon, frisando que os dados referentes ao projeto precisariam ser atualizados hoje, tendo em vista que foram colhidos há mais de um ano.
Os estudos desenvolvidos pela consultoria abordaram as possibilidades dos pontos mais adequados para a localização do atracadouro no mar e do embarcadouro em terra, levando em conta restrições como a profundidade mínima de acordo com os navios a serem usados e a facilidade de transporte terrestre. As condições de abastecimento e operação, a possibilidade de contaminação do sal do porto-ilha salineiro, em Areia Branca, o regime dos ventos, a menor distância possível do litoral, para reduzir o valor do investimento e a disponibilidade de área terrestre suficiente para receber pulmões (pilhas) de estocagem de ferro e calcário e um pátio de manobras rodo-ferroviárias também foram
considerados entre os restritivos. Levou-se em conta, ainda, a disponibilidade de área terrestre sem restrições ambientais.
Saiba mais
A falta de um porto adequado minou as chances de o Rio Grande do Norte sediar uma grande refinaria da Petrobras, em 2005. Projeto que acabou indo para Pernambuco. Ao Rio Grande do Norte, sem infra-estrutura adequada, restou encampar nova luta, desta vez por compensações. Em 2008, a estatal sinalizou que quer investir em dois projetos ainda mais robustos, em território nordestino: duas refinarias de petróleo destinadas à exportação de derivados. Ainda sem porto, o RN sequer foi incluído na disputa. Bom para o Ceará e a para o Maranhão, sedes em estudo para os projetos. Para o RN, desta vez o que ficou foi uma refinaria e possibilidade de, com o novo terminal, vê-la aumentando.
Fonte: Diário de Natal - 07 JUL 08