Sábado, 01 Fevereiro 2025

Duas outras instituições devem seguir os passos do Banco Itaú e colocar à disposição de aplicadores estrangeiros fundos de investimento com ativos brasileiros. O DCI entrou em contato ontem com cinco instituições, das quais o Banco Bradesco e o Banif informaram estudar essa possibilidade. "Estamos olhando para o mercado off shore há algum tempo e identificamos de que de uns tempos para cá o interesse por fundos de gestores especialistas em Brasil, que era muito pequeno, passou a existir", afirmou o gestor da Banif Nitor Asset Management, Julio Erse. A instituição pretende oferecer, até o final de julho, aproximadamente, um fundo de equity hedge com operação long and short, de fundos alavancados com operações em ações. "A captação inicial deve ser de US$ 10 milhões, devendo evoluir porque estará na prateleira de produtos da gama de asset management global, atingindo Portugal, Espanha, Nova York e Londres", continuou.
O Banco Bradesco analisa lançar diversos fundos de investimento - agregando várias modalidades, como de ações e renda fixa - também em Tóquio, no Japão. A concretização do acordo, feito com o maior banco privado daquele país, o Bank of Tokyo - Mitsubishi UFJ, aguarda, segundo a instituição financeira "um bom momento econômico". A gestão dos ativos deve ficar com o Bradesco Asset Managment. O Bradesco atua com parcerias no Japão há alguns anos, oferecendo, a brasileiros, serviços como emissão de remessas e máquinas de auto-atendimento para saque.
O Itaú, o maior gestor de recursos de terceiros do setor privado, com mais de US$ 100 bilhões de em ativos, lançou, nesta semana, o primeiro fundo brasileiro no Japão, o Brazil Equity Fund. O produto, criado em parceria com a Nikko Asset Management, um dos maiores gestores de recursos do país, é composto por ações de empresas brasileiras, com distribuição pelo banco Sumitomo Mitsui Banking Corporation (SMBC). A expectativa é captar cerca de US$ 500 milhões até o fim do ano. O Itaú atua no Japão desde 2004 e espera atrair com este lançamento parte dos US$ 7 trilhões de dólares que os japoneses têm em poupança, com rendimentos inferiores a 0,5% ao ano. Este é o terceiro fundo que o Itaú lança no mercado asiático. Em agosto de 2007 foi lançado na Coréia o Brazil Samba Fund, fundo composto por empresas brasileiras, resultado da parceria com as coreanas Daewoo Securities e KDB Asset Management. O fundo captou mais de US$ 100 milhões em menos de um ano. Em maio foi lançado o KDB Samba Latin America Equity Fund, fruto da mesma parceria.
Para o professor e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) Luiz Jurandir Simões de Araújo, é natural que as instituições comecem a oferecer produtos aos brasileiros residentes no Japão.
"Com a ramificação dos bancos, a tendência é de que estes produtos apareçam lá fora. O brasileiro que foi trabalhar no Japão e tem família no Brasil pretende voltar para cá, e ao invés de investir direto aqui, já que tem o problema do câmbio, é mais fácil aplicar em companhias brasileiras direto do Japão", explicou o acadêmico, indicando que esse é o principal motivador.
Tendência
Segundo especialistas, a iniciativa é uma tendência natural. "As ações brasileiras têm-se tornado muito atrativas pela rentabilidade", explicou o diretor e analista da Intelect Gerenciamento Financeiro, Alexandre Lignos. Atrelados a isso, os dois importantes graus de investimento concedidos recentemente ao Brasil - primeiro pela Standard and Poor’’s e depois pela Fitch Ratings - estimulam ainda mais as aplicações no País. "Os títulos trouxeram uma confiança maior", continuou. Para Erse, do Banif, os investment grades não são fator principal. "No mundo, é verificada uma procura por outros mercados, principalmente emergentes, e o Brasil foi privilegiado dentro desse movimento por causa da economia relativamente estável e por ser um grande produtor de commodities", disse. "Outros bancos devem entrar nesse mercado e, futuramente, começar a vender caderneta de poupança e títulos do governo. A maioria dos brasileiros que trabalham no Japão voltará para passar a aposentadoria no Brasil, e estes produtos se tornam interessantes", finalizou Araújo, da Fipecafi.

Fonte: DCI - 19 JUN 08

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