Sábado, 01 Fevereiro 2025
A logística naval está aquecida no Brasil, mesmo com a carência de investimentos nos portos. Prova disso é que os operadores - como o Grupo Wilson, Sons, que batiza amanhã uma embarcação de US$ 25 milhões, a primeira entre quatro que devem atender a Petrobras, e a Log-In Logística Intermodal, que planeja a construção de dois navios de US$ 165 milhões, para atuar no transporte do minério de bauxita da Alunorte - aceleram seu planos de expansão ao atenderem clientes de peso. Além disso, com as boas perspectivas do mercado, companhias de navegação com o porte do Grupo Hambürg Sud, que inclui a Aliança Navegação, detêm um plano de aplicar 1,7 bilhão de euros em novos navios, parte deles para cumprir rotas que incluem o Brasil, enquanto a CMA CGM fará o mesmo com alguns dos 85 navios encomendados para movimentar contêineres pelo mundo.

No caso da Wilson, Sons, a nova embarcação será batizada pela Saveiros Camuyrano, uma das empresas do grupo que será responsável pela operação dos outros três navios de suprimento e apoio a plataformas de petróleo, (platform supply vessel, ou PSV). "A construção dos PSVs faz parte da estratégia de aumentar nossa participação no mercado offshore", contou Arnaldo Calbucci, diretor de rebocadores, offshore e estaleiro do grupo.

As embarcações estão em construção no estaleiro da companhia, que fechou um outro contrato de US$ 100 milhões, para construir quatro outros PSVs para a argentina Magallanes de Navegação. Dona da maior frota de rebocadores da América do Sul, a Saveiros integra o grupo que é um dos maiores operadores integrados de logística portuária e marítima, e que ainda mantém terminais. No ano passado, o Wilson, Sons cresceu mais de 20%, apresentando receita líquida de US$ 404 milhões.

Diversificação
A Log-In desenvolveu projeto para dois navios graneleiros de 80 mil toneladas com o objetivo de entrar no mercado de transporte de minério de bauxita a granel. Para isso, fechou um contrato de US$ 1 bilhão junto à Alunorte, para os próximos 20 anos, a partir de 2010. "É o primeiro contrato da Log-In para transporte de minério e pode ser estendido por mais cinco anos, além dos 20 contratuais", comentou Mauro Oliveira Dias, presidente da Log-In.
Os dois navios ficarão prontos apenas em 2011, por isso a Log-In vai fretar até três embarcações do tipo Panamax, que comportam em torno de 70 mil toneladas.

A disputa pela construção dos graneleiros, com estaleiro não definido, deve esquentar a indústria naval, já que esse foi o maior negócio fechado na história da cabotagem brasileira, com a possibilidade de movimentar seis milhões de toneladas de minério por ano entre os portos de Trombetas e Vila do Conde, no Pará.

Dias também disse que o primeiro trimestre de 2008 foi positivo, com a ampliação 9,5% no volume de TEUs (twenty-foot equivalent unit, medida de capacidade equivalente à de um contêiner de 20 pés) movimentadas, com a entrada do navio Log-In Amazônia e o atendimento dos novos mercados de Montevidéu e Santos, com destino ao nordeste. E a construção de mais cinco navios, com aporte de R$ 700 milhões, 90% financiados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM), avança dentro do cronograma.

Navegação
Mesmo com dificuldade de atracar seus navios maiores no Brasil, grandes companhias estrangeiras continuam a apostar suas fichas no País. No caso do grupo alemão Hamburg Süd, controlador da Aliança Navegação e Logística, a intenção é colocar 16 novos navios porta-contêineres em operação, até 2010, para atender às rotas entre o Brasil, a Europa e a Ásia. A Aliança encerrou 2007 com um aumento de 11% na movimentação, totalizando 502 mil TEUs, e ganhos de R$ 2,2 bilhões.

A francesa CMA CGM encomendou uma série de quatro porta-contêineres, que serão integrados à frota em operação no Brasil, o primeiro desses, entrou em operação em abril. No mundo, a empresa encomendou, de vários estaleiros, 85 navios que serão acrescidos à frota até o ano de 2011.

A CMA CGM, que se diz a terceira maior transportadora marítima do mundo, especializada em contêineres, cresceu mais de 40%, no Brasil, ano passado, aumentando seu market share de 6,7% para 8%, com receita de US$ 500 milhões. O objetivo em 2008 é alcançar a
casa dos 10%.
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