A alegria se deve ao fato de que serão concretizadas algumas das reivindicações históricas da região, como a conclusão das eclusas de Tucuruí e o asfaltamento da Transamazônica.
A preocupação é se, com o aumento dos juros pelo Banco Central, com vistas a frear o consumo, o cronograma e prazos das obras serão mantidos.
Estas questões foram comunicadas na manhã desta terça-feira (22) ao secretário de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro, pelo presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá, Gilberto Leite.
Após a audiência com Maurílio Monteiro, na sede da Sedect, Gilberto Leite disse aos jornalistas que o Governo do Estado mantém os compromissos assumidos com a região e com todo o Pará, confirmando as obras e a previsão de início e conclusão.
"Serão mais de dois bilhões de reais investidos já nos próximos dois anos, em obras como a construção da hidrovia do Tocantins, reforma e ampliação do porto de Vila do Conde, em Barcarena, conclusão das duas eclusas de Tucuruí e a ampliação, pelo Governo do Estado, do Distrito Industrial de Marabá.
Todas estas obras vão tornar, definitivamente, Marabá a cidade-pólo da região do Carajás", festejou o empresário.
Gilberto Leite também informou que o secretário Maurílio Monteio dá como certa, em Marabá, a construção de uma siderúrgica pela Vale, no valor de cinco bilhões de dólares, "o que faz jus à região: somos a maior província mineral do planeta, então é justo que tenhamos, finalmente, a verticalização da cadeia, viabilizada pela siderúrgica."
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá destacou ainda que estes investimentos em infra-estrutura, energia e logística chegam num momento precioso para o Pará, "quando percebemos, por parte do Governo do Estado, um real planejamento de ações, um projeto sério de desenvolvimento a longo prazo, que articula e potencializa as ações, e mobiliza os principais atores sociais e produtivos no sentido de identificar e superar os gargalos econômicos."
Entre as principais ações do Governo do Estado no sentido da indução de um novo modelo de desenvolvimento, Gilberto Leite destacou a capacitação e qualificação de mão-de-obra para receber os investimentos (só os recursos previstos para o setor mínero-metalúrgico ultrapassam vinte bilhões de dólares, gerando 15 mil empregos diretos); o zoneamento econômico-ecológico; a solução para graves gargalos fundiários do sul do Pará, como o que envolve as 100 mil famílias assentadas, a questão da reserva legal de 805 das áreas e a titulação das terras.
O Distrito Industrial (DI), que o Governo do Estado ampliará por meio da Companhia de Desenvolvimento Industrial (CDI), ganhará um centro de convivência, passará por uma organização geral dos espaços e, no entorno, será instalada uma escola técnica federal, Cefet, que vai ajudar inclusive a qualificar mão-de-obra para as empresas que vão se instalar no DI para atender às novas demandas geradas por tantos investimentos públicos e privados.
Gilberto Leite também destacou os investimentos do governo estadual em ciência e tecnologia, como forma de agregar mais intensidade tecnológica a produtos e processos. "O governo vai construir três parques de ciência e tecnologia no Estado, num investimento total de quase cem milhões de reais, um deles em Marabá. Este parque também se soma ao esforço de qualificar mão-de-obra de altíssima especialidade, além de ajudar na superação de gargalos tecnológicos em áreas como a tecnologia da madeira."
O empresário Gilberto Leite também destacou a atenção do Governo do Estado no sentido de "enraizar o desenvolvimento", com ganhos sociais variados decorrentes dos investimentos previstos. "Vemos uma atenção especial, por exemplo, na questão da agricultura familiar, na preservação do homem no campo, e, neste sentido, ganha destaque o Planejamento Territorial Participativo, que encampou propostas de mais de 80 mil pessoas em todo o Estado, a partir do movimento social
Fonte: Agência Pará - 24 ABR 08