Essa questão deveria estar nas mesas de trabalho do presidente da República e do governador de São Paulo e nas áreas reservadas às angústias de pelo menos quatro dos nove prefeitos da Baixada.
O vácuo de investimentos na expansão do Porto abriu espaço, nessa fase de crescimento do País, para iniciativas privadas que começam a pipocar, como o Porto Brasil, projeto do mega-empresário Eike Batista para Peruíbe.
Mas apenas construir um porto não resolve o gargalo. Como é que a carga de exportação chega até o navio? Como é que vai do navio até o importador?
É evidente que é mais barata e rápida a alternativa de expandir a capacidade de movimentação do Porto já existente. Não existe nem tempo, nem dinheiro (e muito menos a paciência que os licenciamentos ambientais exigem) para construir a infra-estrutura necessária para viabilizar outro porto.
Essa decisão estratégica deveria brotar de um planejamento governamental. Mas está sendo entregue ao improviso empresarial.
É fácil jogar a responsabilidade da omissão nas costas largas de presidentes e governadores. Mas onde está a capacidade de pressão dos setores interessados - exportadores e importadores – e das entidades em que eles se agrupam, como Fiesp, Ciesp, associações comerciais, CNI e etc,?
A pergunta e o diagnóstico são do consultor Frederico Karg, da Freight Consultoria.
A resposta tem o formato do antigo dilema dos biscoitos Tostines: é mais fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é mais fresquinho?
No caso do Porto fica assim: as autoridades se omitem porque não há pressão política ou não há pressão política porque as autoridades se omitem?
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Fonte: PortoGente - 15 ABR 08