Sábado, 01 Fevereiro 2025
Na estrada do crescimento de 28% nas vendas de caminhões no primeiro trimestre deste ano, sobre o mesmo período de 2007, as empresas do segmento de rastreamento de frotas como OmniLink - que acaba de adquirir a Control Loc -, além de Graber Rastreamento e Original Software ampliam o foco em novas ferramentas capazes de otimizar também o transporte de cargas, diferencial que tem possibilitado até o dobro de negócios dessas empresas. A estratégia foi encontrada pelo segmento enquanto aguarda a definição da nova regulamentação que prevê, a partir de 2009, todos os veículos saírem de fábrica com rastreadores, o que, segundo profissionais do setor, se não for bem definido, pode prejudicar a indústria nacional.
 
Mesmo com sinais de mudanças a longo prazo no mercado, a Omnilink acaba de comprar a Control Loc, transação que vai dobrar a atuação da empresa de 20 mil para mais de 40 mil rastreadores em operação, evidenciando os planos de expansão da fabricante, que não revelou o valor da aquisição.

Outra aquisição da Omnilink é o contrato de R$ 6,5 milhões, fechado com a Companhia de Energia Elétrica do Paraná (Copel), para implantar seu sistema nos 500 carros da estatal, o que vai permitir além do monitoramento, o envio de relatórios das operações. "Inicialmente os sistemas focavam só a segurança, agora com a evolução, os clientes usam os recursos disponíveis para agregar ainda mais valor às operações", disse Hugo Fleury, diretor de marketing da Omnilink.

Com cerca de 90% da atuação voltada ao mercado caminhões, a Omnilink atende a clientes como Expresso Mercúrio, Julio Simões, Braspress e Jamef, portfólio que Fleury atribui ao fato de a empresa ter criado o conceito de "inteligência embarcada". O executivo explica que, hoje, os prejuízos com roubo de cargas no País ficam na casa de R$ 1,2 bilhão, enquanto o índice de perdas humanas e materiais atinge R$ 8 bilhões. Ele ressalta que a fórmula adotada pelo sistema mede fatores como a eficiência na condução do veículo, itens como economia e desgaste, que podem minimizar essas grandes perdas.

Diferenciais
Outra corporação, que atenta às tendências do segmento e planeja dobrar os negócios é a Graber Rastreamento, ao apostar em ferramentas que tragam diferenciais ao transporte de cargas, hoje responsáveis por 50% dos negócios - há três anos eram de 20 mil veículos, hoje, já são 140 mil, destes, 95 mil caminhões.

Segundo Marcelo Necho, CEO da Graber Rastreamento, atualmente as necessidades dos clientes são maiores. "Hoje o sistema de rastreamento passou da segurança e cria ferramentas que possibilitam uma posição a cada 1,5 metro do veículo, sabendo se está ou não ligado, quando freou ou parou e quais os níveis de óleo e combustível, variáveis que interferem de maneira positiva no transporte", conta, ao afirmar que a ferramenta contribui para planejamentos mais adequados.

Necho afirmou que, nos veículos em que a Graber também cuida da logística, há redução de custos entre 15% e 20%, e que "os sistemas hoje úteis, amanhã serão indispensáveis".

Em relação aos índices de recuperação no caso de roubos, a Graber contratou uma empresa estrangeira para auditar seus números, que estão com índices na casa dos 89%, no caso dos caminhões, e 94% para os carros de passeio. A Graber tem em sua carteira de clientes empresas como ANR Transportes, Aurora, Marba e Transportadora Trevo.

Tecnologia
Depois de iniciar os negócios com o desenvolvimento de softwares e gestão logística, a Original Brasil Software viu no mercado de rastreadores uma oportunidade de dobrar as operações ano a ano. Hoje, segundo a empresa, são mil equipamentos e o plano é ultrapassar os dois mil até o final de 2008. Para Maurício Gimenes, diretor técnico da Original Software, os negócios "estão divididos entre 70% de rastreamento e 30% relacionados a gestão de frotas e logística", equaciona. A empresa também desenvolve um aplicativo que gerencia a movimentação e a permanência dos caminhões dentro de centros de distribuição de carga.

No sul do País, a Tracker do Brasil-LoJack anunciou parceria com empresas de fora, porém do mesmo grupo, para ampliar o serviço de rastreamento na região entre Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, permitindo localizar veículos nos quatro países. A Tracker do Brasil faz parte do Tracker VSR Group, presente em 18 nações da América e da Europa.

Legislação
A iminência de uma lei que vai obrigar a que todos os veículos saiam de fábrica com rastreadores, a partir de 2009, chama a atenção de fabricantes e operadores do setor, que não querem perder uma fatia desse bolo, querendo debater junto às autoridades os termos da legislação.

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento (Gristec), seria preciso tratar a questão de proteção à indústria nacional. "Gostaríamos de participar do processo, pois há possibilidade de grandes multinacionais de fora se firmarem no mercado de forma injusta. O produto importado virá com taxação zero e as empresas podem preferir importar", declarou Cyro Buonavoglia, presidente Agristec.

O segmento reivindica que o protocolo dos aparelhos instalados nos carros venha aberto para que qualquer central possa monitorá-lo, permitindo ao consumidor a escolha de quem prestará o serviço. Essa seria a saída para as empresas que têm grandes frotas gerenciadas, como o caso dos serviços logísticos e de rastreamento personalizados.

O mercado brasileiro de rastreadores conta hoje com cerca de 100 empresas gerenciadoras e cerca de 200 firmas, entre fabricantes e montadores. Segundo a Agristec, há um mercado potencial que chega a 1,7 milhão de caminhões, entre quase 990 mil autônomos e 753 mil transportadoras, conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestres.
Fonte: DCI - 11 ABR 08
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