Sábado, 01 Fevereiro 2025

A construção de um túnel submarino ligando Santos ao Guarujá, como alternativa para substituir o sistema de balsas, começa a sair do papel, por intermédio de um estudo técnico elaborado pelo Instituto Metropolitano de Pesquisas Acadêmicas e Consultoria Técnico-Operacional (Impacto), que conta com o apoio das universidades da Baixada Santista.

No mês passado, em visita à região, o governador José Serra anunciou a intenção de construir um túnel, em resposta ás críticas de quem usa as balsas que, nos últimos tempos, têm reclamado das constantes filas na travessia entre os municípios.

De imediato, o estudo propõe que o túnel seja exclusivo para veículos leves e ônibus, restringindo a passagem de caminhões. Não haverá restrições técnicas para o uso de bicicletas. O projeto propõe quatro faixas de rolamento (duas para cada sentido de direção) para veículos de passeio, motocicletas e ônibus. Todos os detalhes técnicos da proposta deverão ser discutidos durante audiência pública da Frente Parlamentar em Defesa da Construção do Túnel, da Assembléia Legislativa, na quinta-feira (dia 10), às 19 horas, na Universidade Católica de Santos (UniSantos).

O presidente do Comitê Brasileiro de Túneis, engenheiro Tarcísio Barreto Celestino, já confirmou presença. Tarcísio foi o responsável técnico pelos projetos geotécnicos de várias usinas hidrelétricas e de grandes obras de transportes, como as do Metrô de São Paulo. Para o encontro de quinta-feira também foram convidados representantes do governo estadual, da Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), empresa que administra a travessia de balsas, das prefeituras de Santos e Guarujá, além de professores das universidades da região.

A espera média para a travessia, que hoje é feita em 20 minutos, seria reduzida para apenas 1 minuto, com a construção do túnel, conforme estudo feito pelo Impacto. Durante a alta temporada, quem usa o sistema de balsas chega a esperar mais de uma hora para efetuar toda a travessia. Os acessos ao túnel seriam instalados nos mesmos locais onde hoje é feita a espera, ou seja, pelas Avenidas Saldanha da Gama, em Santos, e Ademar de Barros, em Guarujá. De acordo com o coordenador da pesquisa e diretor do Impacto, Hélio Halitte, não seria recomendável interferir em áreas que já estão comprometidas com a movimentação portuária.

Além da redução do tempo gasto no deslocamento e do fim dos congestionamentos e confusões nas filas de acesso às embarcações, haverá redução nos níveis de poluição dos automóveis. Outro ponto destacado é que o túnel pode influenciar na redução dos riscos de acidente entre as balsas e os navios cargueiros, levando-se em conta que o Porto de Santos deverá triplicar a sua capacidade operacional até 2011.

O estudo técnico traça todo histórico do projeto, proposto desde 1947, pelo engenheiro e arquiteto Francisco Prestes Maia. Só que naquela ocasião a proposta era ligar a área insular de Santos à Ilha Barnabé, prevendo-se a expansão do porto. No mesmo trabalho, Prestes Maia sugeria acessos submarinos a Guarujá, Bertioga e também ao litoral norte. Paralelamente ao histórico das propostas, o trabalho também traça um comparativo com outras ligações, como a do Mass Rotterdam Tunnel, na Holanda.Inaugurado em 1942, o túnel holandês tem 1,5 quilômetro de extensão, sendo 880 metros sob o Rio Mass, a uma profundidade de 20 metros.


NÚMEROS

1 minuto

será o tempo necessário para ir do Santos ao Guarujá depois da construção do túnel. Em alta temporada, há quem espere mais de 1 hora para fazer a travessia

20 minutos
é o tempo gasto hoje, em média, com a travessia feita por balsas, sob responsabilidade da empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa)

1947 ano
em que foi proposta a construção do túnel pela primeira vez, pelo engenheiro e arquiteto Francisco Prestes Maia

Fonte: O Estado de S.Paulo - 07 ABR 08

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