Sábado, 01 Fevereiro 2025
O setor de logística brasileiro assiste a um dos piores gargalos dos últimos anos, num momento em que as fronteiras do Mercosul estão lotadas com milhares de caminhões em fila, devido às greves dos auditores fiscais e de produtores rurais argentinos. A soma dos pontos mais críticos já representava ontem, mais 7,5 mil carros que podem sofrer prejuízos diários de até US$ 350. Enquanto isso, os terminais em portos e aeroportos operam acima dos 90% de capacidade, de acordo com fontes dos setores, que tentam driblar ainda mais um agravante, a paralisação do comércio entre Brasil e Argentina, em decorrência da greve dos produtores rurais argentinos. Os fiscais, nos principais pontos alfandegários do Brasil, trabalham com 30% de capacidade, o mínimo exigido por lei em operações.

Segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), a maior fila está na fronteira com a Argentina, justamente por acumular as duas situações. Na região de Uruguaina (RS) havia, ontem, cerca de 3,5 mil carros enfileirados, enquanto em Foz do Iguaçu (PR), havia cerca de três mil veículos cargueiros. Na fronteira com o Uruguai, o congestionamento atingia 500 caminhões e em Curumbá (MS); na região centro-oeste, o congestionamento estava na casa dos 400 carros.

Atualmente há 14 pontos de fronteira por onde atravessam mais de 36 mil veículos por mês, e estima-se que cada dia de paralisação signifique 1,6 mil veículos parados, entre os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, totalizando um custo total de US$ 480 mil por dia. Com essa realidade, a associação encaminhou Ministério da Fazenda reivindicações para facilitar o desembaraço destas cargas e minimizar os prejuízos.

Para Flávio Benatti, presidente da NTC&Logística, a situação está no limite. "O transporte de cargas nas rodovias não agüenta mais ser refém desses movimentos paredistas", exclama.

O cálculo da NTC é de que o custo diário para os transportadores, baseado em greves anteriores, fique entre os US$ 300 para cargas gerais e US$ 350 para o itens frigorificados, sem contar o valor da carga transportada e multas por quebra de contratos de entrega.

Aeroportos
Nos aeroportos, quatro terminais sofrem com a greve dos auditores, Guarulhos, Campinas, Galeão e Manaus. Em média, eles estão operando com quase 95% de lotação da capacidade instalada. "Já estamos com uma lotação de 15% superior à nossa normalidade devido a crise", confirma Ednaldo Santos, superintendente de logística de cargas da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero).

Por isso, a Infraero já trabalha alternativas para suportar uma possível lotação. "Temos planos de contingência para suprir as necessidades emergenciais. Em nosso plano bê, utilizaremos os espaços de alguns terminais da Vasp e Transbrasil, em desuso em Guarulhos e Campinas", revela.

Portos
No maior porto do País, em Santos, os fiscais decidiram ontem manter a greve. O vice-presidente do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, disse que 90% do espaço físico dos terminais no Porto de Santos estão comprometidos. Ele prevê que os estejam ocupados em 100% até amanhã.

É neste momento que a operação dos portos começará a sentir o impacto, tendo que trabalhar com a redistribuição das cargas em locais mais distantes e além da falta de vagas nos terminais para os contêineres com as importações e exportações, o tratamento do lotes está sendo prejudicados, e os custos das companhias de navegação com estadia e frete estão acumulando.

Fontes do setor revelam que os prejuízos dos navios varie entre US$ 50 mil e US$ 80 mil por dia, e que no geral, já atingiram a casa de US$ 2 milhões, até ontem. "As cargas não estão chegando e os navios estão parados, gerando custos pesados", aponta uma fonte que preferiu não se identificar. Em relação à crise na Argentina, portos, como o do Rio Grande, afirmam não ter sofrido impacto, bem como com os problemas com a greve, porém estão estão atentos.

Fonte: DCI - 28 MAR 08
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