Sábado, 01 Fevereiro 2025

Um dia após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou a volta das loterias mistas em Pernambuco, os empresários do segmento, parados desde setembro do ano passado, já começaram a contactar seus antigos funcionários e vendedores de cartelas. O setor aguarda apenas o sinal verde da Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) e da Procuradoria Geral do Estado (PGE) para retomar os sorteios. De acordo com o presidente da Arpe, Ranílson Ramos, a expectativa é de que o primeiro sorteio ocorra no segundo domingo de abril, dia 13.

“Teremos cerca de 15 dias para buscar, juntamente com a PGE, as formas jurídicas amplas o suficiente para dar sustentabilidade à atividade e evitar um novo revés. Queremos a completa estabilidade”, explicou Ramos. Para tanto, a PGE está analisando o conteúdo da liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso Mello, enquanto a Arpe está estudando todos os cinco contratos das empresas que operavam em Pernambuco.

Um ponto favorável para a volta o quanto antes da atividade é que todos os documentos estão com seus prazos vigentes. Além disso, a fim de garantir ainda mais segurança para o retorno das loterias, a Arpe pretende aumentar a fiscalização no setor. Toda a preocupação do órgão em se defender de novos mandatos judiciais se justifica pela receita anual de R$ 480 mil gerada pelas loterias mistas ao órgão, sem falar na repercussão negativa, social e econômica que a proibição trouxe no ano passado.

O diretor-comercial da Pernambuco Dá Sorte, Manoel Pacheco, afirmou que a recontratação de todos os 80 funcionários diretos será imediata. “Temos consciência de que alguns procuraram uma nova ocupação, pois não poderiam ficar parados, mas a grande maioria passou todo esse tempo ligando para a gente”, acrescentou. A empresa disponibilizou, inclusive, uma central de atendimento (3228-5577) para os antigos e novos vendedores e já está delineando as áreas de atuação desses futuros trabalhadores.

O diretor da Caruaru Dá Sorte e Vale Dá Sorte, Luís Machado Filho, lançará mão de anúncios em rádio e televisão para informar a volta da atividade. “Oitenta por cento dos nossos funcionários e vendedores estavam parados todo esse tempo e com certeza voltarão”, confirmou. Juntas, as duas empresas possuíam 40 trabalhadores e cerca de sete mil vendedores de cartelas.

No Estado, operavam também a Araripina Dá Sorte e A Sorte, em Araripina e Garanhuns, respectivamente. Segundo os empresários, a sistemática dos sorteios será a mesma de antes da proibição, ou seja, serão realizados semanalmente. No entanto, há a perspectiva de ampliação da atividade em três ou quatro meses e a possível realização de sorteios mais de uma vez por semana.

Tudo porque, com a proibição definitiva do jogo do bicho e das videoloterias foi criada uma demanda no mercado de jogos em Pernambuco. “O setor está todo desestruturado, mas com o retorno das loterias mistas 100% legalizadas e fiscalizadas, os órfãos da ‘fezinha’ irão reerguê-lo, possibilitando sua ampliação”, opinou Pacheco.

A Procuradoria Regional da União, autora da ação que resultou na liminar do juiz da 10ª Vara Federal, Flávio Roberto Ferreira de Lima, que proibiu as loterias e a regulação da Arpe, informou que ainda não definiu o procedimento para recorrer da decisão do ministro Celso Mello.

Fonte: Jornal do Commercio - 28 MA 08

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