Sábado, 01 Fevereiro 2025
A disputa pela concessão das rodovias brasileiras para a cobrança de pedágio segue acelerada, mobilizando empresas como OHL Brasil, que após perder o leilão do trecho oeste do Rodoanel paulista para a Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), reafirma o interesse nas próximas concorrências, além de admitir a perspectiva de negócios no setor de infra-estrutura de transportes. Hoje, a OHL, que ao vencer o leilão federal no ano passado, ampliou a participação no mercado brasileiro de 9% para 26%, acumula a administração de nove concessões, num total de mais de 3,2 mil quilômetros de operações.

De acordo com Francisco Leonardo Moura da Costa, diretor administrativo e financeiro da OHL, a companhia tem meta de desenvolvimento que prioriza a segunda fase do leilão paulista, com cinco lotes de estradas. "Analisando tráfego, potencial econômico e sinergia, [as rodovias] Airton Senna/Carvalho Pinto e Dom Pedro são as mais interessantes."

No mesmo lote, a empresa também está de olho nas rodovias Raposo Tavares e Marechal Rondon, conta Costa, ao listar, como mais um foco da OHL, a terceira fase dos lotes federais, durante reunião da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec).

A OHL acredita que a agressividade nos futuros processos licitatórios do País tende a decrescer com a consolidação dos resultados, mencionando a possibilidade de um leilão em Minas Gerais, ainda sem maiores detalhes.

Diversificação
Tanto OHL como CCR cogitam a possibilidade de diversificar os negócios. A CCR diz estudar licitações internacionais, como, por exemplo, no México, novos negócios em logística e oportunidades nos metropolitanos brasileiros, já que detém a concessão da Linha 4 do Metrô paulista.

A OHL, apesar de reafirmar o foco no negócio de rodovias, admite atenção ao setor de infra-estrura. "Se aparecerem oportunidades de concessões em portos, aeroportos e trens, pode ser que nos interessem", deixa no ar o diretor financeiro, que não descarta a aquisição de outra concessionária, a exemplo da compra da ViaNorte, no final de 2006.

Enquanto a CCR controla as rodovias, as concessionárias AutoBan, ViaOeste, NovaDutra, Ponte Rio-Niterói, ViaLagos e RodoNorte, a OHL está à frente de Intervias, Autovias, Centrovias, Vianorte a as Autopistas, Fernão Dias, Régis Bittencourt, Litoral Sul, Fluminense e Planalto Sul.

Investimentos
Após a apresentar a melhor proposta e conquistar o leilão, concessionárias como CCR e OHL, tem que investir pesado na manutenção das estradas, podendo assim, iniciar as cobranças nos pedágios e obter o retorno dos aportes. No caso da OHL, os reparos e obras nas rodovias federais estão calculados na casa dos R$ 4,2 bilhões até 2012, e para a CCR, levar o Rodoanel, significa que terá de pagar R$ 2 bilhões ao Governo de São Paulo, além da realização das melhorias.

Para os aportes, as companhias afirmam estar sólidas o suficiente para obter parceiros e recursos que permitam a viabilizar os projetos. "A CCR tem grande capacidade de endividamento, nos permitindo conseguir condições de financiamento", fala Renato Vale, presidente da CCR.

O diretor financeiro da OHL também confirma a solidez da empresa, além de apontar de que a saúde financeira deveria possibilitar prazos maiores junto aos credores. "Esperamos mudanças para que os financiamentos sejam de oito anos no mínimo, não no máximo", raciocina.

Para as captações necessárias, as duas corporações dizem buscar oportunidades, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem sido tradicional parceiro do setor.

Outra que se prepara para investir, a construtora espanhola Acciona, terá de aportar nos próximos anos, R$ 350 milhões em reparos do trecho que liga a Via Dutra, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, à cidade de Além Paraíba, na divisa de Minas Gerais com o Rio. O diretor-geral de Concessões da Acciona no Brasil, Ricardo Rios, confirmou a informação ao assinar o contrato que oficializa a concessão obtida pela empresa no leilão federal do ano passado. O pedágio do trecho levado pela Acciona ficou em R$ 2,94 e só começará a ser cobrado quando a empresa cumprir todas as exigências da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o que deve acontecer dentro de seis meses.
Fonte: DCI - 27 MAR 08
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