A siderúrgica indiana Tata Steel pode investir na exploração de minério de ferro e na produção de aço no Brasil, informou o assessor do diretor-gerente da companhia, Amit Chatterjee. O representante da empresa indiana confirmou que vem conversando com a CSN e com a Vale a respeito de possíveis parcerias no Brasil.
Chatterjee disse que a Tata Steel tem planos de investir apenas em parcerias, a exemplo do que faz com minério de ferro na Austrália, e com carvão, em Moçambique. Segundo ele, o investimento em minério de ferro é mais vantajoso para as mineradoras, e o melhor, para sua companhia, seria ter participação minoritária.
"Alguma parceria é possível. Não temos ainda nenhum plano concreto no Brasil, mas desenvolver isso é possível", afirmou, após participar da 14ª Conferência Mundial do Aço, no Rio.
Em relação a investimentos para a produção de aço, Chatterjee admitiu a possibilidade de ser sócia da Vale na construção de uma siderúrgica no Pará, cujo projeto foi anunciado pelo presidente da mineradora brasileira, Roger Agnelli, há duas semanas. O investimento previsto é de R$ 5 bilhões. Para Chatterjee, a entrada da Tata no negócio depende dos custos do projeto.
Ele explicou que o ideal para a Tata é que a planta siderúrgica tenha uma localização próxima da produção de minério. Por isso, analisou, a companhia avalia diversos locais no mundo, ainda que a preferência para se investir na produção de aço seja a Índia.
"É possível [sobre o investimento na planta do Pará]. Nosso projeto pode ser em qualquer país, depende de onde a matéria-prima vai vir", observou.
Durante sua palestra na conferência, o executivo destacou que a Índia, que é o quinto maior produtor de aço do mundo, com 53 milhões de toneladas em 2007, elevará sua produção para 220 milhões em 2020.
"Isso não é um sonho. É a capacidade já anunciada, que poderá até mesmo ser elevada", frisou.
Fonte: Folha Online - 13 MAR 08