A exemplo da Vale, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) quer atrair empresas européias para investir na produção de pelotas de minério de ferro em sua área no porto de Itaguaí, no Rio. O diretor-executivo de mineração da companhia, Juarez Saliba, disse nesta quinta-feira que CSN admite atuar como parceiro nesses projetos, mas que o ideal é ser apenas o fornecedor da matéria-prima.
Para Saliba, o Brasil é um pólo atraente para siderúrgicas européias que queiram investir em pelotização. Ele afirmou que a China é o melhor local para tal atividade, em função dos custos baixos. Por isso, descartou a possibilidade de tentar atrair os chineses, e vai se concentrar nos europeus.
"Na Europa, que é um grande mercado, queremos trazer cada vez mais empresas siderúrgicas européias para construir pelotizadoras em volta das áreas do porto", afirmou, após participar da 14ª Conferência Mundial do Aço, no Rio.
Saliba explicou que, para o europeu, faz sentido investir em pelotizadoras no Brasil, justamente pela questão do custo. Ele citou o exemplo da Vale, que atraiu empresas para o pólo de Tubarão, na região metropolitana de Vitória (ES), e formou parcerias para a produção de pelotas.
"Depende deles [dos possíveis sócios]. Se quiserem fazer sozinhos, até prefiro isso. Se quiser parceiro para se garantir em termos de matéria-prima, podemos entrar", ressaltou.
A CSN anunciou em dezembro a construção de uma pelotizadora na região de Congonhas do Campo (MG), próxima à mina Casa de Pedra. A unidade receberá investimentos de R$ 850 milhões e terá capacidade de produção anual de 6 milhões de toneladas, voltadas para o consumo da própria companhia.
Juarez Saliba disse ainda que a CSN vem priorizando, junto ao mercado asiático, estabelecer parcerias para fornecer pelletfeed, matéria-prima para a pelotização. Ele destacou que esse mercado está em expansão no Oriente Médio, e citou como exemplo a parceria com a empresa GIIC, para quem a CSN vai fornecer 2 milhões de toneladas de pelletfeed em 2008.
"Nossa visão é de estabelecer grandes parcerias com os produtores de lá para sermos os fornecedores. Eles produzem porque estão super ligados à indústria siderúrgica local, tem capital baratíssimo e vale a pena fazer lá", observou.
Fonte: Folha Online - 13 MAR 08