Sábado, 01 Fevereiro 2025

As ações da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) dispararam ontem, respectivamente, 10,19%, para R$ 26,50, e 15,41%, para R$ 18,20, depois que as duas companhias anunciaram, terça-feira à noite, que estudam uma integração. Caso a fusão se confirme, a bolsa resultante será a 2ª maior das Américas, à frente até mesmo da Bolsa de Nova York, segundo cálculos da Economática.

Ontem, os papéis das duas empresas movimentaram, juntos, R$ 431,7 milhões, o equivalente a 7,2% do giro do dia na Bovespa, de quase R$ 6 bilhões. O mercado acionário em geral foi beneficiado por boas notícias relativas a resultados corporativos nos Estados Unidos e de inflação em queda no Brasil. O Índice Bovespa subiu 2,33% e quase zerou as perdas em 2008. Do início do ano até ontem, o Ibovespa caiu 0,22%.

A Bovespa e a BM&F abriram o capital no segundo semestre de 2007 e foram algumas das companhias que mais perderam com a turbulência global. Além do vaivém dos mercados, sofreram com a decisão do governo de elevar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) do setor financeiro.

A Bovespa debutou no pregão da bolsa paulista em outubro, com ações cotadas por R$ 23. Em 23 de janeiro, os papéis chegaram ao fundo do poço: R$ 21,80. A BM&F iniciou seus negócios em pregão no fim de novembro, com as papéis valendo R$ 20. Também em 23 de janeiro, bateram em R$ 13,80.

AMBEV DAS BOLSAS

O valor de mercado combinado da bolsa brasileira, levando-se em conta as cotações de ontem, alcançaria US$ 20,3 bilhões. Segundo fontes do mercado, a instituição se situaria entre as cinco maiores do mundo. A transação também ocuparia lugar de destaque no ranking brasileiro das maiores fusões e aquisições de todos os tempos.

A possível união da Bovespa e da BM&F segue uma tendência mundial de consolidação do setor. Nesse cenário, dizem analistas, as duas ficariam vulneráveis às investidas de bolsas estrangeiras. A Bolsa de Chicago já detém 10% da BM&F - transação que deve ser referendada pelos sócios na terça-feira - e a Bolsa de Nova York comprou 1% da Bovespa. Ao criar uma "AmBev das bolsas", elas afastam, ao menos por ora, essa possibilidade.

"Era uma questão de tempo para que isso acontecesse", comentou Eduardo da Rocha Azevedo, ex-presidente das duas bolsas e atual diretor da Corretora Novação. Azevedo foi um dos principais responsáveis pela criação da BM&F, em 1985. Na época, comandava a Bovespa. "Nos próximos cinco anos, sobrarão só 5 ou 6 bolsas no mundo, uma delas na América Latina."

Roberto Teixeira da Costa, um dos maiores especialistas em mercado de capitais do País, destacou que, juntas, as duas bolsas terão uma escala enorme. "No mundo globalizado, ter escala é muito importante."

Fonte: O Estado de S. Paulo - 21 FEV 08

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