As indústrias de chocolates estão otimistas em relação à Páscoa deste ano e expandiram em 7% a produção de ovos na comparação com o ano passado, batendo o recorde do setor. No total serão produzidos 100 milhões de unidades de ovos de Páscoa, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Cacau, Chocolates, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) - quase um ovo por consumidor. Só a Lacta produziu 21 milhões de unidades de ovos.
"Aumentamos em 5% a produção, e 70% deste total já estão vendidos. Além disso, incluímos sete lançamentos em nossa linha. Os resultados serão positivos", afirma Vinícius Germano, gerente de Marketing de Páscoa da Lacta.
De acordo com a Abicab, para esta Páscoa as indústrias de chocolates produziram 22,9 mil toneladas de ovos. "Contando com as 3,5 mil toneladas da cobertura de chocolate, utilizada pelo mercado de fabricantes artesanais, temos 26,4 mil toneladas só de produtos de Páscoa", estima Getúlio Ursulino Netto, presidente da associação. O volume representa 7,5% da produção anual de produtos de chocolate de consumo continuado no mercado brasileiro.
A Garoto projeta crescimento de 5% em relação à Páscoa do ano passado, com a venda de 30 milhões de ovos. A Nestlé informa que "espera, com os lançamentos programados para a Páscoa de 2008, aliados a um forte trabalho nos pontos-de-venda, apresentar um crescimento em linha com o mercado, estimado pela Abicab [ou seja, 7%]".
A previsão é de que as vendas desses produtos gerem para o setor faturamento de R$ 767 milhões, valor 12% acima do alcançado em 2007. "Há dois anos o setor de chocolates cresce acima de 10% e a expectativa para essa Páscoa é bastante positiva, principalmente por conta do aumento do poder aquisitivo do brasileiro", comemora Ursulino, da Abicab.
Para 2008, a estimativa de preços dos ovos, em relação ao ano passado, é de alta de 4,7%. Essa projeção, calculada pela Abicab, é feita com base nos níveis dos índices da inflação registrada durante o ano e nos aumentos de preços verificados nos insumos - cacau, leite e açúcar -, além de embalagem e mão-de-obra.
Além de quarto maior produtor de chocolates, o Brasil é um dos maiores mercados de Páscoa do mundo. A região formada pelo Estado de São Paulo representa 46% do consumo de Páscoa. Em seguida vêm o Sul, com 21%; Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, com 17%; Centro-Oeste e Distrito Federal, com 9%, e Norte e Nordeste, com 7%.
Por ser uma demanda sazonal, a Páscoa gerou neste ano 25 mil novas vagas no setor de chocolate. "No final de agosto já começam as contratações. Para atender à demanda deste ano foram contratados 10 mil funcionários para trabalhar nas linhas de produção e 15 mil para comercialização dos produtos", conta Ursulino, da Abicab.
A Lacta contratou 1,1 mil pessoas a mais para as linhas de produção e 5,2 mil para trabalhar nos pontos-de-venda e direcionar o consumidor à compra mais adequada. "Além das contratações, construímos mais um centro de distribuição, agora há seis centros atendendo a Lacta", diz Germano. Ursulino, da Abicab, ressalta que, como o setor de chocolates está crescendo, certamente boa parte desse pessoal contratado temporariamente deverá permanecer nas fábricas.
O setor de filmes flexíveis, material usado para a embalagem dos ovos, também comemora a chegada da Páscoa e o incremento gerado na produção. A Vitopel, a terceira maior produtora de filme flexível do mundo, que produz 150 mil toneladas do material por ano, atende às demandas da Kraft Foods, responsável pela Lacta, da Nestlé e da Garoto, entre outras.
"O mercado de filme flexível produz 1,3 mil toneladas para a Páscoa e 80% deste total são produzidos pela Vitopel", comenta Dirceu Varejão, diretor comercial da empresa.
Essa produção incrementa em 1% o faturamento da empresa, apesar de pequena, e Varejão ressalta a importância desta demanda. "O setor de chocolates está em plena expansão, o que trará resultados mais significativos em longo prazo. Além disso, atender essa demanda aumenta a representatividade da marca", afirma o executivo. A Vitopel tem três unidades fabris - duas no Brasil e uma na Argentina.
Fonte: DCI - 20 FEV 08