Domingo, 02 Fevereiro 2025

O grupo ítalo-brasileiro EcoRodovias, terceiro maior administrador de rodovias do país, assume hoje as operações da Rodovia das Cataratas S/A, concessionária do trecho de 387 quilômetros da BR-277 entre Foz do Iguaçu e Guarapuava. A EcoRodovias pagou R$ 421 milhões pela concessionária, que pertencia ao grupo argentino Macri (com 84% das ações) e a empresas paulistas lideradas pela construtora Rossi (donas dos 16% restantes).

Recursos de R$ 30 milhões estão reservados para investimentos ainda neste ano no trecho recém-comprado, que em 2006 garantiu à Rodovia das Cataratas uma receita bruta de R$ 104,5 milhões. Outros R$ 19 milhões vão para a concessionária Ecovia, responsável pelo trecho de 137 quilômetros da BR-277 entre Curitiba e Paranaguá. O investimento total do grupo em 2008, incluindo as concessionárias que atuam em São Paulo e no Rio Grande do Sul, será de R$ 300 milhões, segundo o vice-presidente da EcoRodovias, Federico Botto.

O contrato de compra da Rodovia das Cataratas foi firmado em 14 de novembro, mas o veto do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), órgão estadual responsável pelas concessões no Paraná, atrasou a formalização do negócio. A concessionária do trecho entre Foz e Guarapuava havia consultado o DER sobre a venda no fim de outubro, mas o órgão impediu o negócio, sob o argumento de que ele não seria vantajoso para o interesse público.

No fim do ano, uma liminar da 7.ª Vara Cível de Curitiba liberou a venda. O DER recorreu em seguida, mas a autorização foi mantida na quarta-feira passada pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 4.ª Região, de Porto Alegre. “Provamos que, do ponto de vista jurídico e contratual, não havia qualquer impedimento para o negócio”, diz Botto.

O vice-presidente da EcoRodovias diz que os R$ 30 milhões destinados ao trecho da Rodovia das Cataratas serão investidos basicamente em manutenção, com recapeamentos e instalação de dispositivos de segurança como sinalização vertical e horizontal e instrumentos de fiscalização eletrônica. Botto lembra que, embora o contrato original da Rodovia das Cataratas previsse a duplicação do trecho de 140 quilômetros entre Foz e Cascavel – antiga reivindicação da comunidade da Região Oeste –, as mudanças contratuais negociadas com o governo estadual há alguns anos eliminaram essa obrigação.

Para que pudesse baixar a tarifa de pedágio, a concessionária passou a ser responsável apenas pela manutenção da rodovia, sem a necessidade de novas obras. Com isso, a maior parte do trecho, cerca de 80 quilômetros, permaneceu com pista simples. “O novo contrato remodelou o plano econômico-financeiro da concessão. Caso haja interesse por parte do poder concedente [o governo do estado], estamos à disposição para discutir uma eventual renegociação, que inclua novas obras”, diz Botto.

A receita bruta da EcoRodovias atingiu R$ 499,4 milhões entre janeiro e setembro de 2007, o que representa um avanço de 12,1% sobre o mesmo período de 2006. Os dados são do balanço mais recente do grupo, referente ao terceiro trimestre de 2007, segundo o qual 96% de todo o faturamento da EcoRodovias vem da cobrança de pedágio. O lucro líquido cresceu 9,9% no mesmo período, para R$ 124 milhões. Considerando-se apenas o trecho da Ecovia, entre Curitiba e Paranaguá, a receita bruta nos nove primeiros meses do ano passado foi de R$ 80,4 milhões, 16% a mais que em 2006.

Fonte: Gazeta do Povo (PR) - 07 FEV 08
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