Domingo, 02 Fevereiro 2025

Detroit (EUA) - A General Motors (GM) vai abrir até julho um centro de importação no Porto de Suape, em Recife. A montadora negociou com o governo de Pernambuco, que sonha em ter uma fábrica da GM, redução de impostos para nacionalizar no estado os carros que passará a importar principalmente do México e da Argentina, países com os quais o Brasil tem acordo de livre comércio.

A GM também manterá a operação no Porto de Rio Grande, a 300 quilômetros de Porto Alegre. Dependendo do crescimento do mercado interno, em 2008 a fabricante poderá importar pelos dois portos até 100 mil veículos. A operação poderá ajudar a GM a ganhar participação no Mercosul, já que ainda enfrenta gargalos na produção para atender plenamente na região - o Prisma tem fila de até três meses de espera.

O presidente da GM no Brasil, Jaime Ardila, disse que seu objetivo é melhorar os métodos produtivos antes de recorrer ao terceiro turno nas fábricas de São Caetano (SP), Gravataí (RS) e São José dos Campos (SP). "Ainda podemos solucionar estes gargalos", afirmou. O executivo não disse, mas parece que a montadora adotou a estratégia de lucrar o máximo possível no Brasil com a estrutura atual, num momento em que a corporação necessita de recursos para debelar a crise financeira na matriz norte-americana.

Com isso, a empresa consegue atender o crescente mercado brasileiro sem grandes investimentos e diminuir a ociosidade em outras praças. Anteontem, em Detroit, Ardila confirmou a produção de uma nova família de carros, que terá modelos produzidos no Brasil e Argentina. Este novo carro, que pode ser um derivado do Prisma Y, apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo de 2006, deverá ser lançado em 2009. Mas a GM ainda não decidiu aplicar os US$ 500 milhões que alavancariam ainda mais a produção brasileira.

"As coisas vão bem, mas ainda não sei em quanto tempo (a GM) vai se recuperar", afirmou o presidente mundial da General Motors, Rick Wagoner, a um grupo de jornalistas brasileiros que cobrem o Salão de Detroit (EUA), um dos mais importantes do mundo para os fabricantes de automóveis. A declaração do principal executivo da montadora ocorreu em meio a perspectiva da perda da GM da liderança do ranking entre os fabricantes mundiais para a Toyota.

Wagoner, que ainda fala muito bem o português, língua que aprendeu nas duas vezes que presidiu a GM no Brasil, no início dos anos 1990, afirmou, em tom não muito convicto, que ainda é cedo para tocar no assunto, já que o balanço da montadora norte-americana só será divulgado no próximo dia 23. No entanto, ninguém em Detroit acredita que a fabricante japonesa, com uma produção de 9,37 milhões, ficará atrás da rival norte-americana em 2007. A expectativa é que a Toyota superará a GM por uma diferença de 60 mil a 100 mil carros.

Mesmo se perder a liderança, Wagoner disse que o plano é manter o foco na produção de veículos com design avançado, tecnologia de ponta e rentabilidade. O executivo afirmou que a GM bate a Toyota em 13 dos 15 maiores mercados em que os dois fabricantes atuam. O fiel da balança é o Japão, onde fabricantes estrangeiros têm menos de 10% do mercado.

Fonte: Gazeta Mercantil - 16 JAN 08

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