A primeira mina brasileira de vanádio começará a ser explorada em Maracás, na Bahia, com produção estimada em mais de cinco mil toneladas por ano. O início da operação foi confirmado para 2010, pela Largo Mineradora, depois das análises revelarem o teor de 1,44% do minério, a maior concentração do mundo. O investimento inicial será de R$216 milhões, gerando 450 empregos diretos. A Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) descobriu a mina e receberá 3% de royalties e aproximadamente 5% das ações do empreendimento.
Muito utilizado na fabricação de aços especiais e de alta resistência mecânica, o minério está cotado no mercado mundial acima de R$64 o quilo. A receita bruta estimada de R$324 milhões pode ser ainda com a produção simultânea de platina e paládio, minerais de alto valor comercial e também presentes na área de quatro hectares localizada a 400km de Salvador. Cerca de 20% da ferro-vanádio deverá ser absorvida pelas siderúrgicas nacionais e o restante vai ser exportado através do Porto de Ilhéus ou Salvador, para a Europa e Estados Unidos (EUA), onde estão os maiores fabricantes de aviões de grande porte, ferramentas e oleodutos.
A Largo Mineradora, que na época da licitação pública pertencia à Odebrecht, espera agora conseguir as outorgas e licenças ambientais necessárias. Se tudo ocorrer conforme o planejamento, a estrutura deve ficar pronta ainda no terceiro trimestre de 2009. “Estamos otimistas, pois com esta concentração podemos baixar os custos e ainda explorar os subprodutos”, afirmou Kurt Menchen, gerente geral da Largo no Brasil. Antes desta mina, a maior concentração de vanádio conhecida era de 0,4%, encontrada na África. A empresa mantém ainda estudos para explorar tungstênio no Canadá, onde mantém um escritório central, e cobre e ouro, no Equador.
Até ficar pronta, a mina deve empregar mais de 1.200 pessoas durante os preparativos para a exploração e impulsionar a economia de uma das regiões mais secas e pobres do estado. “Nós estamos muito confiantes nas possibilidades de desenvolvimento para região. Vamos atuar junto ao Centro de Recursos Ambientais (CRA), para garantir as licenças e depois avaliar como será a nossa participação acionária”, explicou Paulo Fontana, presidente da CBPM, ligada à Secretaria da Industria, Comércio e Manutenção (SICM). A expectativa da CBPM é receber R$29,7 milhões anuais apenas com os royalties.
Fonte: Correio da Bahia - 21 DEZ 07