Há apenas quatro anos, a Costa do Cacau, no sul baiano, passou a integrar a seleta lista de destinos turísticos da costa brasileira que recebem navios de cruzeiros marítimos. O porto de Ilhéus é a porta de entrada para esses turistas que optam por conhecer nosso litoral a bordo de transatlânticos de bandeiras estrangeiras. Na categoria de cruzeiros de cabotagem, a maioria dos passageiros é de brasileiros.
Ao desembarcar para curtir um dia em terra, o turista passeia pelas praias paradisíacas de Ilhéus e região, visita a cidade, conhece sua história, cultura e artesanato, consome principalmente em restaurantes e em lojas de lembranças. Ainda não há estatísticas sobre o impacto desse movimento na economia local.
No ano passado, o porto de Ilhéus recebeu 28 escalas e passou a contar com o serviço de embarque de passageiros. Antes, interessados em cruzeiros marítimos tinham de ir a Salvador para iniciar a viagem. "Temos de melhorar a infra-estrutura do nosso porto para receber até três navios", diz Alfredo Landim, diretor da Encantur, agência de viagens de Ilhéus. Por enquanto, o pier de Ilhéus comporta, no máximo, dois navios grandes.
"As escalas de navios de cruzeiros são muito importantes para a cidade. Geram efeito multiplicador para toda a cadeia de turismo local", ressalta o empresário. Cerca de 80 lojas se beneficiam com o movimento dos cruzeiristas, entre bares, restaurantes, centros de artesanato e, especialmente, guias de turismo e motoristas de táxis e vans.
Os locais mais visitados pelos cruzeiristas são a Lagoa Encantada, praias de Itabuna e Itacaré e as fazendas de cacau. Os hotéis cinco estrelas de Ilhéus oferecem o ’’day use’’ para aqueles que, mediante o pagamento de uma taxa, preferem usufruir piscinas, sauna, restaurantes e bares nas horas que passam em terra.
Para Luigi Massa, dono do Hotel La Dolce Vita e presidente da Associação de Turismo de Ilhéus (Atil), o movimento de navios de cruzeiros, que vem crescendo nos últimos anos, é importante para divulgar a cidade e região como destino turístico. Ele considera o impacto no comércio local, por enquanto, incipiente.
"Às vezes, os pacotes de cruzeiros de cabotagem já contam com transporte e restaurantes contratados com antecedência", afirma. O comércio de Ilhéus ainda está se adequando para aproveitar melhor as oportunidades que o movimento de cruzeiristas pode gerar para a economia da região, argumenta Landim.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias - 21 DEZ 07