Domingo, 02 Fevereiro 2025
 

Mais um ano perdido para os portos do Brasil. Assim foi 2007, o primeiro do segundo mandato de Lula, no qual as comunidades portuárias esperavam mudanças depois de quatro anos de marasmo. No entanto, nada foi feito para modificar a situação inercial indesejável das gestões anteriores, criticadas pelo próprio presidente Lula (veja discurso).

Patinando

Dos tempos perdidos pelo governo neste ano em relação aos portos, dois se destacam. O que levou para criar a Secretaria Especial de Portos (SEP) e o que a SEP perdeu até indicar os diretores das Autoridades Portuárias, as Cias Docas. Ainda nesta semana é que foi indicada a da Docas do Rio Grande do Norte.

Tsunamis

Sem experiência de Docas, só o que as novas diretorias fizeram foi provocar estragos nas respectivas corporações e, até aqui, nada conseguiram realizar de construtivo. Depois de meses nos cargos, ainda não se sabe se têm alguma competência. Restam apenas 3 anos para recuperar os 5 perdidos.

Plano zero

Perguntado sobre como era feito o planejamento do desenvolvimento do porto, o presidente do Porto de Roterdam respondeu: 24 horas, 365 dias por ano. Essa realidade aponta mais uma imensa milhagem perdida por nossos portos. Aqui no Brasil, estão terceirizando o planejamento portuário. A dúvida é se a empresa que está sendo contratada tem capacidade para isso.

Boas intenções

Embora nunca um ministro da área responsável pelos portos brasileiros tenha estado tão presente ao seu front como o ministro Pedro Brito do PSB, o fato é que muitas das suas idéias, inquestionavelmente boas, até aqui não foram implementadas pelas diretorias das Docas por ele escolhidas.

Raposa no galinheiro

O Conselho do Porto de Antuérpia é equivalente aos nossos Conselhos de Autoridade Portuária do Brasil. Diferentemente do que ocorre aqui, lá o setor privado participa apenas como observador na aprovação da tarifa, que é do seu interesse.

Globalização

As mega-corporações do comércio mundial (global players) estão cada vez mais participando dos portos, ocupando os espaços com competência e grande rentabilidade.

Medo de licitar?

Contrato de arrendamento do super-terminal da Cargill no Porto de Santos, cuja polêmica prorrogação por três anos foi bastante criticada, vence nos próximos meses. Não existe possibilidade legal para aditá-lo mais uma vez. A pergunta que não quer calar: porque a diretoria da Codesp não põe na rua o edital? O mercado considera necessário aumentar a produtividade do porto e, para isso, áreas como essa devem ser incorporadas às vizinhas.

Nananina

Constrangida com a notícia divulgada pela Deicmar, de expandir suas reduzidas instalações cujo arrendamento expira em 2011, a diretoria da Codesp tratou logo de esclarecer que não vai autorizar. Vamos ver. Basta ver a foto aérea do Terminal da Deicmar no Porto de Santos para verificar que ele é incompatível com o plano de desenvolvimento do porto, para se tornar um hub port.

Liberou geral

O ex-presidente Mello Rego da Codesp, que não pertence mais ao quadro da estatal, continua usando o carro oficial da presidência para assuntos particulares. Nesta segunda-feira, foi visto só com o motorista no centro de Santos desfilando no Astra de placas AVR 9955, de Curitiba, de uso do atual presidente.

Morde...

Na semana passada o deputado e líder do PSB, Márcio França, chamou os diretores da Codesp para uma reunião noturna. O prato servido foi a falta de resultado da turma. Com essa atitude, o deputado, que até então negava participação nas indicações dos diretores, mostra quem manda.

... e assopra

Para colocar bifes nas mordidas, o vereador Furtado, cheio de salamaleques, foi o cicerone dos diretores na visita que estes fizeram à Câmara de Santos e vai comer castanhas com os diretores neste Natal.

Indiciados voltam

Os diretores, gerentes e supervisores da Companhia Docas do Pará (CDP) que foram presos em abril de 2006, indiciados na famosa Operação Galiléia e acusados pelos crimes de fraude, corrupção e formação de quadrilha, aos poucos estão voltando a ocupar cargos na estatal, agora sob o manto do PSB de Ciro Gomes. Na maior parte, têm retornado para os mesmos cargos que ocupavam na ocasião.

Desumano

Fiscais da Delegacia Regional do Trabalho que estiveram no Porto de Vila do Conde, no Pará, dia 5 de dezembro, viram de perto as inúmeras irregularidades rotineiras do terminal. Trabalhadores sem equipamentos de proteção individual (EPI), prestadores de serviços sem carteira assinada e obrigados a atuar em condições indignas para um ser humano.  

Poeira no Pará

Durante a fiscalização aconteceu um transbordo de alumina em um dos silos de armazenagem da empresa Alunorte. O incidente cobriu todo o Porto de Vila do Conde de poeira, colocando em risco a saúde de todos os presentes. Misteriosamente, não houve cobrança ou punição alguma.

Açúcar em excesso

Com a safra recorde da Índia, grande parte do açúcar produzido neste ano está encalhada no Porto de Santos à espera de comprador. A quantidade supera a capacidade de estocagem das tradings que apostaram em vendas que acabaram não se realizando. Nesse cenário, elas estão sugerindo às usinas que produzam álcool, já que, sem destino certo para o açúcar, a alternativa é atender o mercado interno.

Indianos no Brasil

Representantes do setor privado e da imprensa indiana vieram ao Brasil conhecer a experiência brasileira - mais de 30 anos - na utilização do álcool misturado à gasolina, que atualmente chega a 25%. A par da adição pretendida de 5% à gasolina, os indianos consideram a produção doméstica de álcool como uma alternativa aos períodos de preços ruins para o açúcar.

Bom para os dois

Os representantes da Índia consideram o uso do álcool combustível fundamental para o país não depender somente de combustíveis fósseis como a gasolina, além de favorecer créditos na emissão de carbono na atmosfera. Para o Brasil, quanto mais países aderirem à produção de álcool, mais rapidamente o etanol se consolidará como commodity internacional.

Crescendo menos

A Organização Mundial do Comércio (OMC) está menos otimista sobre a expansão das trocas globais este ano. A desaceleração no quarto trimestre fez a entidade admitir que apostou alto em abril quando apontou 6% de expansão para 2007. No ano passado o crescimento foi de 8% e em 2005 foi de 10%.

Bom para investir

Apesar da desaceleração da economia global prevista para 2008, analistas apostam que o Brasil seguirá atraindo investimentos internacionais. Mas uma elevação na injeção de capital estrangeiro no país dependerá da política de juros adotada pelo Federal Reserve (FED), o banco central dos Estados Unidos. De janeiro a outubro, a entrada de capital estrangeiro no Brasil foi de US$ 31,2 bilhões, devendo chegar US$ 34 bilhões, ante aproximadamente US$ 20 bilhões em 2006.

Deixa disso

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, quer baixar a temperatura entre Estados Unidos, Brasil, Índia, União Européia e outros países-chave da Rodada Doha, para evitar que trocas de acusações deteriorem ainda mais a negociação global. Tudo por causa da declaração da representante comercial dos EUA, Susan Schwab, comparando Brasil e Índia a "adolescentes" com a primeira carteira de motorista que pedem muito, mas não fazem concessões.

Tiro n´água

A adoção de um currículo obrigatório para o curso de familiarização em segurança para tripulantes de cruzeiros marítimos desagradou profissionais do setor e futuros candidatos (leia matéria).

Pesquisa

Participe da Pesquisa Indicadores de Portos, uma iniciativa de PortoGente e de sua edição em inglês, PortFolk, que vai apontar como os principais portos do mundo são avaliados pela comunidade portuária. Para cada um, serão indicadas  classificações de “ruim” a “ótimo”. Clique aqui para acessar a tabela e votar.

Fazendo figa

Antonio Celso Rio Micelli, da construtora Rodominas, velha conhecida do diretor Moreira de Silva da Codesp, torce para substituir a Portofer na operação ferroviária dentro do Porto de Santos.

Atenção, srs. portuários

A Resolução 158, de 6 de dezembro, baixada pela Codesp, determina aos operadores portuários que exponham aos trabalhadores, antes de cada operação portuária, as medidas de segurança do terminal e daquela operação, a semelhança do que as aeromoças fazem antes de cada vôo. A ordem ainda não saiu do papel.

Fonte: PortoGente - 11 DEZ 07

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