Sindicalistas e jornalistas da comunidade portuária santista que visitaram portos europeus nesta semana (veja nota) comprovaram que todo trabalho portuário é realizado por trabalhadores com registro no órgão equivalente ao nosso Ogmo da Lei 8.630. Até mesmo o trabalho feito nos terminais retro-portuários. Cedo ou tarde, haverá pressão para que isso aconteça também nos portos brasileiros.
Sem licitação
Foi por água abaixo a tentativa de usar a Antaq para referendar a aprovação da transferência do controle acionário, sem nova licitação, do terminal da NST no Porto de Santos. Se a Codesp acabar por aprovar a venda - considerada irregular –, o Ministério Público vai ter mais um assunto a tratar.
Mudança de objeto
O objetivo dos “novos donos” do terminal da NST será transformar o terminal em mais um ponto de exportação de grãos, entupindo ainda mais a logística de acesso ao Porto na margem direita. A licitação previa apenas a movimentação de produtos de origem florestal, seus derivados e similares industrializados ou in natura e carga geral, conteinerizadas ou não. Nada de grãos e derivados.
Piada pronta
Para quem prometia apenas nomeações técnicas nos portos, a do advogado Lucas Mello - que nunca militou na área portuária – feita na última segunda (03/12), como novo superintendente jurídico da Codesp, pode não ser assim uma Brastemp. Mas o rapaz já trabalhou como advogado da famosa fábrica de lavadoras de roupa suja, geladeiras e outros equipamentos de cozinha.
Mi comandante
Ao entrar no terminal de passageiros da Concais no Porto de Santos, o superintendente que comanda a fiscalização da Codesp não atendeu a guarda portuária que lhe pediu identificação. Com palavras e gestos desrespeitosos, o corinthiano Osvaldo Barbosa simplesmente invadiu a área. Ao saber do comportamento do chefão da fiscalização, o novo comandante da Guarda Portuária cancelou reunião que teria com ele.
Gestão de RH
Primeiro a diretoria da Codesp contratou mocinhas terceirizadas e colocou junto à mesa do porteiro-zelador no hall de entrada do edifício-sede da estatal. Depois retirou o doqueiro e enfurnou-o num cubículo no porão. Agora, na porta de trás do prédio, escalou moças da Guarda Portuária para ficarem atrás de um púlpito, como se fossem discursar. O sindicato ainda não se manifestou.
Apagão logístico
Para técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) - hoje sob comando de Wagner Rossi, dinâmico ex-presidente da Porto de Santos -, nos próximos anos o Brasil pode sofrer um apagão de logística ou uma crise de abundância. O cadastro da estatal registra a produção de 123,3 milhões de toneladas de grãos, distribuídas em 16.557 unidades, sendo 78% em armazéns graneleiros e os demais em convencionais. Estimativas para a safra 2007/2008 da Conab marcam 135,5 milhões de toneladas, apontando uma defasagem de mais 9%.
Má distribuição
Outro problema apontado pela Conab é a má distribuição dos armazéns. Os números demonstram uma incoerência na localização das unidades que não acompanharam a evolução da fronteira agrícola. Apesar do aumento do volume produzido no campo impulsionar a economia nacional, teme-se que possa levar o País a um estrangulamento de armazenagem e escoamento.
Angra agoniza
A situação dos trabalhadores portuários em Angra dos Reis é degradante. Há meses o porto local não recebe navios de grande porte e é comum os operários passarem mais de duas semanas sem conseguir serviço. Em mensagem ao PortoGente, dois dos 800 estivadores que atuam (ou atuavam) no Porto de Angra dos Reis, citam os termos “revolta”, “decepção”, “descaso” e “indignação”.
CDRJ inoperante
Antes sob administração do governo estadual, desde 1976 o Porto está sob o controle da Companhia Docas do Rio de Janeiro. De lá para cá, o terminal - atualmente arrendado à empresa Planeta Operadora - enfrenta uma série de graves crises. Os trabalhadores têm que recorrer a “bicos” até em outras cidades da região. E nada da CDRJ dar saída para o problema.
Bahia sai na frente
Os veículos de carga, principalmente de contêineres e granito, que transitam em estado precário, serão alvos de uma campanha nos portos de Salvador, Aratu e Ilhéus. A Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba) implantou na última sexta-feira (30/11), o Programa de Segurança para os Veículos Transportadores de Carga Portuária.
Sem multa, por ora
A atuação será feita com ações educativas e de conscientização junto aos condutores e contratantes dos veículos transportadores de carga, com panfletos, cartazes, cartilhas e palestras visando orientar sobre os procedimentos básicos que passam a ser exigidos nos acessos aos portos, e constam na Norma de Vistoria de Veículos de Carga aprovada pela diretoria da empresa. Mas a Codeba determinou que a partir de 2 de janeiro de 2008 só terão acesso aos portos os veículos que estiverem em condições adequadas de segurança e condutores devidamente habilitados
Maior e pior
Já no Porto de Santos - o maior do País, por onde circulam mais de 3.000 veículos de carga por dia - os caminhões sem condições de tráfego seguem atuando livremente (leia reportagem). A Autoridade Portuária – Codesp, que recentemente trocou a chefia da Guarda Portuária, enrola na solução do problema. Vistas grossas?
Novo EPI
Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara Federal aprovou a criação da Política Nacional de Enfermidades e Riscos Associados à Exposição Solar, de autoria do deputado federal Antônio Adolpho Lobbe Neto (PSDB - SP). De acordo com o texto do documento, as empresas serão obrigadas a fornecer protetor solar para quem trabalha ao ar livre, independente da carga horária de exposição aos raios ultravioletas. Os Ogmo’’s que se preparem para dar o protetor como EPI.
Barreira do terror
A partir de 2012, todo e qualquer produto embarcado para o mercado norte-americano terá que passar por um aparato tecnológico que incluirá até scanners. Na prática, essas medidas decretarão o fim do controle por amostragem das exportações brasileiras. Por maior que seja o esforço para se adequar às normas, as exigências causarão redução das importações de produtos brasileiros pelos Estados Unidos.
Arriba
Antigos rivais pela liderança latino-americana e parceiros hesitantes em matéria de comércio, Brasil e México vão estreitar relações comerciais em 2008. Os empresários brasileiros, pela primeira vez, estão à frente das pressões para um acordo de livre comércio entre os dois países.
Cá entre nós
Os países da Associação Latino-americana de Integração (Aladi) ultrapassaram os Estados Unidos como destino das exportações brasileiras em 2007. O mercado americano respondeu por 20% do total da balança brasileira, contra 22% dos latino-americanos.
Entre eles
Às vésperas da realização da conferência ambiental de Bali, mais uma vez os Estados Unidos e a União Européia (UE) deixaram o etanol - principal demanda brasileira - de fora da lista de "produtos ambientais" cujas tarifas seriam eliminadas ou reduzidas significativamente num novo acordo global de comércio, prejudicando um consenso sobre a questão.
Etanol fura bloqueio
Americanos e europeus recusam praticamente todos os produtos agrícolas como sendo ambientais e insistem em designar produtos que são mais industriais. Mesmo assim, com o barril do petróleo chegando à casa dos US$ 100, o etanol está viabilizado e pode ganhar mercado.
Medo de Chávez
Em visita à Câmara de Deputados, grupo de 12 congressistas americanos, chefiados pelo democrata Eliot L. Engel, defendeu a eliminação de tarifas e barreiras de importação impostas ao etanol do Brasil. Os arroubos de Hugo Chávez - que preside uma Venezuela cheia de petróleo - é um dos motivos para o discurso democrata, que prega ainda a auto-suficiência energética dos EUA.
Todo mundo louco
É motivo de revolta entre os doqueiros a recente contratação de um psicólogo terceirizado (mais de 5,5 mil por mês) para "entrevistar" técnicos de carreira da Codesp que nem no topo da carreira têm esse salário. Nem Freud explica por que não foi a diretoria - que não conversa com seus técnicos – que puxou a fila para o divã.
Fonte: PortoGente - 04 DEZ 07