A busca pela competitividade em um mundo com produção cada vez mais globalizada está contribuindo para engordar as vendas da indústria de automação. O setor brasileiro de automação industrial vai encerrar este ano com faturamento de R$ 2,99 bilhões, alta de 11% em comparação a 2006, conforme pesquisa da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que será divulgada hoje durante a abertura da edição 2007 do ISA Show South América, o maior evento do setor de automação da América Latina, que acontece até o dia 29, na capital paulista.
O diretor-executivo de automação industrial da Abinee, Nelson Ninin, disse que os números refletem, além das expansões das fábricas e de seus programas de modernização para suprir as necessidades de redução de custos e ganho de produtividade, a demanda dos novos projetos, em especial, dos setores de óleo e gás (puxados, principalmente, pela Petrobras), mineração, siderurgia, açúcar e álcool e celulose.
A opinião é compartilhada por Marcus Coester, presidente para a América do Sul da ISA - The Instrumentation, Systems and Automation Society, entidade internacional que reúne mais de 30 mil profissionais, acadêmicos e estudantes de automação. O executivo ressaltou que projetos nessas áreas são de longo prazo, o que deverá proporcionar bons resultados para o setor também ao longo dos próximos anos. O presidente da ISA afirmou que, além da busca de eficiência, a preocupação cada vez maior das empresas com a segurança de ativos, funcionários e a preservação ambiental também tem acelerado a demanda por automação.
Conforme Coester, o setor tem expectativa de crescimento médio anual de 6,4% no faturamento global nos próximos cinco anos. "É uma taxa acima do crescimento mundial, que fica em torno de 4% ao ano." Um estudo da consultoria em manufatura e soluções de supply chain Arc Advisory Global estima que o mercado mundial de automação movimente US$ 100 bilhões este ano, sendo US$ 65 bilhões relacionados a produtos e serviços para a indústria de processo (como a de petróleo e mineração, por exemplo), e US$ 35 bilhões à indústria de manufatura (calçados), informou Coester.
Base sólida
Para Ninin, da Abinee, o crescimento deste ano é mais consistente se levado em consideração que se dá sobre uma base forte de expansão no ano passado, quando o faturamento do setor subiu 16% sobre o de 2005.
Fonte: Gazeta Mercantil - 27 NOV 07